Esses eventos trágicos têm um protagonista: o Hamas.
Mas existem dois grandes pontos cegos israelenses que nos impediram de reconhecer e antecipar o que deveríamos ter visto.
O primeiro é uma política de tentativa de apaziguar o inimigo, na esperança de que o Hamas acabe por superar a sua origem jihadista. Em vez disso, foi a ala militar do Hamas que cresceu – de uma pequena organização a um poderoso exército.
O nosso segundo ponto cego foi permitir que as nossas diferenças políticas internas nos consumissem, distraindo-nos das ameaças externas e dividindo a nossa sociedade e, de forma crítica, o exército.
Em quatro anos, Israel dedicou três operações militares em Gaza ao combate à Jihad Islâmica da Palestina, uma pequena organização iraniana por procuração.
O Hamas, partido no poder em Gaza, operando um exército com dezenas de milhares de mísseis e unidades de comando de elite, foi largamente deixado à sua própria sorte desde a operação Guardião dos Muros, em 2021. Pagamos o preço da guerra – tal como fizeram civis em Gaza – por um ganho estratégico zero.
Por quê? Porque a Jihad Islâmica da Palestina era o alvo mais fácil. Israel queria evitar uma grande guerra em Gaza e acabou sofrendo uma carnificina em Israel.
Enquanto isso, o Hamas manipulou o seu caminho até este momento. Assegurou imunidade de fato às forças militares de Israel e obteve dinheiro do Qatar todos os meses para necessidades básicas, a fim de ajudar a garantir que a população não se revoltasse. Tanto os políticos quanto os oficiais militares passaram os últimos dois anos a levar o público a acreditar que o Hamas foi dissuadido, que não estava interessado numa escalada total e que buscava internalizar o seu papel como governo legítimo de Gaza.
Agora, muitos em Israel perguntam, compreensivelmente, como é que uma das melhores operações de inteligência do mundo não conseguiu ver os sinais? Uma resposta é que tendemos a ignorar detalhes de acordo com os nossos preconceitos – que, neste caso, foi uma concepção errada sobre o que é o Hamas e quais são realmente as suas intenções.”
O Hamas é um grupo terrorista cuja intenção é aniquilar o povo israelense, contando com o apoio da esquerda ocidental para posar de vítima de abusos anteriores e legitimar moralmente seus atos genocidas, inclusive em festa rave.
Ao contrário do que sugerem essas narrativas divisionistas, a paz de israelenses e palestinos inocentes depende de que Israel recuse a chantagem e concentre sua força em exterminar os terroristas do Hamas, eles próprios o maior impedimento à existência da Palestina.
O texto de Shimrit Meir poderia ser reduzido à velha e boa frase de Donald Rumsfeld:
“A fraqueza atrai a agressividade”.
Deu em O Antagonista