No total, foram cerca de R$ 700 milhões na terça-feira, 9, e R$ 433 milhões na quarta-feira, 10, somando R$ 1,1 bilhão. Isso representa 68% de todo o montante distribuído pelo Planalto desde o início da gestão.
Ao todo, desde o início do ano, foram empenhados R$ 1,6 bilhão. A liberação das emendas acontece em meio a um cenário de dificuldades para o governo Lula. Isso porque o Planalto vinha sendo criticado, inclusive por aliados políticos, por não cumprir com acordos firmados com os congressistas, o que incluía a liberação de emendas parlamentares.
Ao mesmo tempo, os recursos chegam, especialmente aos deputados, às vésperas da votação do novo marco fiscal, considerado a primeira prova de fogo do governo Lula 3.
A expectativa é que o relator da matéria na Câmara, deputado Cláudio Cajado (PP), apresente a versão final do texto até esta sexta-feira, 12, e a votação em plenário aconteça na próxima semana. Para que isso seja possível, o governo terá que consolidar 257 votos, o que reforça a necessidade de apoio na Casa Baixa.
Se aprovado, o novo arcabouço fiscal deve seguir para análise do Senado Federal, onde o ambiente é mais favorável a Lula.
O governo também espera, ainda no primeiro semestre deste ano, aprovar entre os deputados a reforma tributária, outra matéria considerada uma das cinco prioridades do Palácio do Planalto – isso, é claro, vai depender de novos acenos do Executivo.
Desde o início do governo Lula 3, os partidos mais comtemplados com as emendas são: PT (R$ 197,2 milhões), o PSD (R$ 156,9 mi), o MDB (R$ 144,7 mi), o União Brasil (R$ 131 mi), e o Progressistas (R$118,6 mi).
O União Brasil comanda três ministérios (Comunicações, Turismo e Integração Nacional), mas se diz independente e, na votação do projeto de decreto legislativo (PDL), que derrubou os decretos de Lula que alteraram as regras do Marco do Saneamento, entregou 48 votos para anular a medida do presidente.
Por sua vez, entre os congressistas, o governo também privilegiou, em sua maioria, os aliados, sendo os mais contemplados: Mara Gabrilli (PSDB-SP), que recebeu R$ 26,7 milhões em emendas; Daniella Ribeiro (PSD-PB), com R$ 23,2 milhões; Jayme Campos (União-MT), com 16,8 milhões;
Renan Calheiros (MDB-AL), com R$ 16,2 milhões; e o líder do PT no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), com R$ 15,6 milhões.
Quem também aparece no top-10 dos congressistas mais agraciados com recursos até aqui é o senador Romário, do Partido Liberal, mesma sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro.