Se sob um ponto de vista essas recusas são encaradas como radicais por parte da

população, por outro, as mulheres que participam do movimento relatam sentir alívio por se desobrigarem de ter suas escolhas de vida pessoal impostas pela sociedade.

Na luta contra a ditadura da beleza, encarada como patriarcal, por exemplo, outro

movimento que ganhou destaque, o “tire o espartilho”, tornou mais comum a imagem de

mulheres optando por abandonar a maquiagem, usando roupas mais largas e confortáveis e até mesmo abandonando os cabelos compridos para aderir a cortes que as deixam mais à vontade.

Já em se tratando da questão da gravidez, essa decisão de não ter filhos tem se

espelhado há algum tempo na sociedade, sendo motivada pela maior participação da mulher no mercado de trabalho e resultado na contínua redução da taxa de fertilidade, que

despencou para 0,78 em 2022. Esse cenário, inclusive, chama a atenção do governo e corre o risco de desencadear uma crise demográfica.(Fonte: Getty Images/Reprodução)(Fonte: Getty Images/Reprodução)

Mudanças na educação e no mercado de trabalho

Essa nova realidade mostra na prática o quanto o público feminino não está disposto a ter um filho num molde desfavorável e em relações sem equilíbrio, em que a mulher seja obrigada a abdicar da carreira para cuidar dos filhos sozinha, onde o casamento não

venha acompanhado de divisão das tarefas, ou mesmo em relações que neguem

autonomia, agridam sua personalidade ou ameacem suas escolhas individuais de alguma forma.

Ao mesmo tempo, a maior participação feminina nas universidades tem sido um dos

destaques na Coreia do Sul. Da mesma maneira, o mercado do trabalho, caracterizado pelo forte competitivismo, também acompanha mais mulheres qualificadas disputando vagas que outrora eram majoritariamente ocupadas por homens. Mas esse avanço ainda não veio acompanhado de equiparação salarial.

Ainda assim, não há como saber se o movimento 4B ou outros que reivindiquem os

direitos das mulheres seguirá ganhando força. Fato é que se antes todas essas formas de luta eram tratadas como um tabu, hoje podemos ver boa parte delas sendo expostas em diferentes meios, indo além dos filmes e nos doramas, e chamando a atenção da

sociedade para a necessidade de mudar e de oferecer amparo, respeito e autonomia às mulheres.

Deu em Mega Curisoso