Em 2011, um censo utilizando satélites de radar identificou a existência de 24 mil vulcões submarinos. Agora, um estudo publicado no último dia 6 de abril no periódico Earth and Space Science encontrou outras 19 mil dessas formações no fundo mar.
“É chocante”, diz David Sandwell, geofísico marinho da Instituição Scripps de Oceanografia que ajudou a liderar o trabalho, à revista Science.
Após o acidente do submarino USS San Francisco em 2005, Sandwell e seus colegas conseguiram financiamento para mapear esses montes com satélites.
Eles identificaram milhares deles, incluindo 700 particularmente rasos que representavam perigos para os veículos de navegação subaquática.
Agora, com dados de satélites de radar de alta resolução — incluindo o CryoSat-2, da Agência Espacial Europeia, e o SARAL, das agências espaciais indiana e francesa — a equipe pode detectar montes submarinos de apenas 1.100 metros de altura.
A identificação dessas formações é complicada. Com tecnologias de sonares, apenas um quarto do fundo do mar está mapeado. Entretanto, satélites de radar que medem a altura dos vulcões podem ajudar a localizá-los ao procurar por sinais sutis de água do mar se acumulando acima de uma montanha submarina oculta, puxada por sua gravidade.
“Além de apresentar riscos à navegação, as montanhas abrigam minerais de terras raras que as tornam alvos comerciais para mineradores de águas profundas.
Seu tamanho e distribuição contêm pistas sobre placas tectônicas e magmatismo”, comenta à Science John Lowell, hidrógrafo-chefe da Agência Nacional de Inteligência Geoespacial (NGA), que atua no mapeamento de satélites militares dos EUA.
descobertas recentes também podem auxiliar no entendimento de mudanças climáticas futuras e novos estudos sobre vulcanismo e placas tectônicas.
A pesquisa já identificou novos montes submarinos no nordeste do Oceano Atlântico que podem ajudar a rastrear a evolução da pluma do manto que alimenta os vulcões da Islândia.
Ademais, também detectou montes submarinos perto de uma cordilheira no Oceano Índico, onde a crosta fresca é formada à medida que as placas tectônicas se afastam.