O trabalho analisou 345 modelos de escovas adquiridas em diferentes estabelecimentos comerciais, em 26 municípios sorteados nas mais diferentes regiões paulistas.
Desse total, 285 (82,16%) escovas foram consideradas inadequadas para uso, de acordo com o estudo.
A especialista, que atua como pesquisadora do Centro Colaborador do Ministério da Saúde em Vigilância da Saúde Bucal (Cecol), ligado à USP, afirma que as pontas das cerdas não arredondadas podem levar a lesões.
“Produzem micro ferimentos na gengiva e desgastes no esmalte do dente, o que representa risco para a saúde e um descumprimento das normas vigentes”, detalha. Ela ressalta que há falhas nas normativas sobre o tema, o que fragiliza a regulamentação e dificulta a eficácia das ações de vigilância sanitária.
“A olho nu, é praticamente impossível averiguar o acabamento das cerdas e o consumidor acaba ficando à mercê da honestidade do fabricante”, afirma Sônia.
Ela cita pesquisador estadunidense Charles Bass, pioneiro no estudo das características de escovas dentais, ao afirmar que, “para a escova cumprir bem a sua função, o cabo deve ser reto e achatado e a cabeça deve ser compatível com a faixa etária de quem vai utilizar o produto”.
Tais características, embora propostas por Bass em 1948, são ainda pouco conhecidas da população. O pesquisador propôs que as escovas dentais deveriam conter 18 tufos, com 80 cerdas em cada um, totalizando 1.440 cerdas.
“No entanto, a maioria dos cabos não são retos e a quantidade de tufos e cerdas não atende ao padrão definido por Bass. Em nosso estudo, verificamos que o número de cerdas por escova variou de 500 a 7.500; e a quantidade de tufos oscilou entre 13 a 65”, afirma Sônia.
A pesquisadora enfatiza a importância da atuação das instituições públicas e dos órgãos de defesa do consumidor, bem como da Vigilância Sanitária, no sentido de exigir o atendimento das normas e dos requisitos técnicos necessários.
Cuidados
Cuidar dos dentes faz parte de todas as fases da vida. Durante a gravidez, a gestante pode fazer o acompanhamento bucal, pois com as alterações hormonais comuns à gestação, como aumento dos hormônios estrogênio e progesterona, podem agravar as condições de doenças periodontais, como sangramento na gengiva.
Com o nascimento dos primeiros dentes do bebê, uma gaze úmida pode ser usada para fazer a higienização e a criança já ir acostumando à rotina de higiene bucal. O adequado é fazer a escovação com pasta de dente com flúor e a introdução de alimentos saudáveis, sem açúcar artificial, como balinhas, pirulitos, chicletes, sucos artificiais e refrigerantes, que comprometem, inclusive, a saúde dos dentes.
Em casos de utilização de prótese total, a dentadura, é recomendado limpá-la com sabão ou pasta e escova de dente. Também é necessário limpar a gengiva e a língua. Recomenda-se ficar sem a prótese algumas horas durante o dia e dormir também sem ela. O recomendado é deixar a prótese sempre em um copo com água limpa.
Deu em CNN