Empresas 19/12/2022 10:47
CNN Brasil passa o facão após rombo de R$ 330 milhões em menos de três anos
Deve fechar 2022 com um prejuízo adicional de R$ 100 milhões.
As demissões de mais de 120 profissionais no início deste mês foram consequência de um rombo que já ultrapassa os R$ 330 milhões em menos de três anos de atividades da CNN Brasil.
O canal, lançado em março de 2020, registrou em seus dois primeiros anos um déficit de R$ 236 milhões, conforme apurou o Notícias da TV com exclusividade.
Deve fechar 2022 com um prejuízo adicional de R$ 100 milhões.
Segundo documentos arquivados em agosto último na Junta Comercial do Estado de São Paulo, a CNN Brasil recebeu um aporte de R$ 236.100.750 em seus dois primeiros anos de vida.
O valor foi integralizado em 27 de dezembro de 2021, o que não quer dizer que foi aportado de uma única vez –muito provavelmente, entrou nos cofres da CNN aos poucos, para cobrir necessidades de caixa.
Para contabilizar a injeção de todo esse dinheiro, o dono do canal de notícias, o empresário Rubens Menin, aumentou de uma tacada só o capital social da empresa de R$ 500 mil para R$ 236.600.750.
Ou seja, num único dia, o capital social cresceu 473 vezes.
O aumento de capital foi realizado com a emissão de 263 ações ordinárias nominativas da Novus Mídia S/A, a razão social da CNN Brasil.
Todas essas ações foram “adquiridas” pela Conedi Participações Ltda., que é a holding (ou family office) da família de Menin, que tem um patrimônio estimado em R$ 25 bilhões.
Fundada em 2005, a Conedi se define em seu site como “uma holding especializada na incorporação, locação, administração e venda de empreendimentos (prédios comerciais, galpões, lojas etc.)” e que “possui participações em empresas que atuam nos segmentos imobiliário, logístico, financeiro, táxi aéreo, viticultura e mídia”.
Seus recursos vêm das empresas da família de Menin, principalmente da construtora MRV e do banco Inter. Isso quer dizer que o dono da CNN Brasil pode estar usando o lucro de suas empresas para cobrir o prejuízo do canal de notícia.
Acabaria “socializando” o déficit da CNN porque, dependendo dos resultados, pagaria menos impostos.
Assim, é possível supor que Menin ganha o prestígio político que uma empresa de mídia confere sem gastar do próprio bolso e/ou deduzindo o prejuízo do canal de impostos que deixam de entrar nos cofres públicos.
Todos os contribuintes, indiretamente, acabam pagando a conta.
Deu em Notícias da TV
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