Empresas 09/11/2022 09:31

Meta, dona do Facebook, demite 11 mil funcionários

Queda de receita publicitária atinge outros gigantes de tecnologia, como o Twitter, que dispensou metade de seus colaboradores

A Meta, controladora do Facebook e do Instagram, iniciou nesta quarta-feira (9/11) um processo de demissões em massa.

De acordo com a companhia, mais de 11 mil funcionários foram desligados, o que corresponde a 13% da força de trabalho da empresa comandada por Mark Zuckerberg.

As demissões atingiram diversas áreas da companhia, segundo informações do New York Times. Algumas áreas foram mais afetadas, como a de recrutamento.

“Assumo responsabilidade por essas decisões e por como chegamos até aqui”, anunciou Zuckerberg em uma carta aos funcionários e colaboradores da Meta. “Sei o quanto isso é difícil para todos e lamento profundamente por aqueles que estão sendo impactados.”

Na terça-feira (8/11), o dono da Meta esteve reunido com executivos da empresa para discutir as demissões, de acordo com o Wall Street Journal. Na reunião, Zuckerberg teria assumido a responsabilidade pelos cortes e afirmado que a empresa cresceu muito rapidamente.

Em seu último relatório, a Meta havia informado que contava com 87 mil funcionários em todo o mundo. Nos últimos dois anos, mais 27 mil profissionais foram contratados, em meio ao crescimento das redes sociais durante a pandemia de Covid-19.

Twitter e outros gigantes em crise

Em 2022, a Meta vem enfrentando dificuldades financeiras, em meio à desaceleração global e à queda acentuada na publicidade digital, sua principal fonte de receita. Em outubro, a empresa registrou queda de 50% em seu lucro trimestral. As ações da controladora do Facebook caíram mais de 72% neste ano.

Outro gigante, o Twitter, comprado por Elon Musk, também passa por apuros. Na semana passada, a empresa demitiu cerca de metade de seus 7,5 mil funcionários – o escritório no Brasil foi afetado. Segundo estimativas do próprio Musk, a companhia vinha perdendo US$ 4 milhões por dia.

Três dias após as demissões, o Twitter entrou em contato com dezenas de funcionários que haviam sido desligados pedindo para que voltassem aos seus cargos. Eles teriam sido dispensados por engano, de acordo com a Bloomberg.

Musk se desfez, na terça-feira, de quase US$ 4 bilhões em ações da Tesla – fabricantes de veículos elétricos da qual o empresário também é dono. Com isso, a venda das ações de Musk já se aproxima de US$ 20 bilhões desde que ele comprou o Twitter. Neste ano, os papéis da Tesla caíram 52%. Desde o anúncio da compra do Twitter por Musk, o recuo foi de 42%.

TikTok também balança

Outro gigante da tecnologia, o TikTok, reduziu suas metas de receita para 2022 em US$ 2 bilhões. A redução foi anunciada no fim de setembro pelo executivo-chefe da empresa, Shou Zi Chew, informa o Financial Times.

Inicialmente, as receitas projetadas pelo TikTok para este ano eram de US$ 12 bilhões a US$ 14,5 bilhões, mas a estimativa agora está próxima dos US$ 10 bilhões.

O comando da empresa tem pressionado os funcionários a entregar melhores resultados tanto em publicidade quanto no comércio eletrônico, principais fontes de receitas do TikTok. Também vem sendo estudada uma readequação salarial em vários departamentos.

Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista