Brasil 27/09/2022 12:39

CNI destaca solidez das instituições democráticas

Na apresentação do livro sobre o Bicentenário da Independência, presidente da entidade, Robson Braga de Andrade, enfatiza a força da democracia

Às vésperas das eleições e no mês em que o Brasil completou 200 anos de Independência, o debate sobre a democracia está no centro das atenções.

O tema foi abordado no lançamento do livro 200 anos de Independência — a indústria e o futuro do Brasil, organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e lançado ontem, em evento na sede oficial da entidade, em Brasília.

O setor desempenhou papel crucial no desenvolvimento do país ao longo dos séculos, tornando o Brasil referência em produção e exportação dos mais diversos itens.

Ao destacar os 200 anos da Independência do país, o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, relembrou os motivos para comemorar — um deles, a solidez da democracia. “O Brasil tem algumas coisas que nos dão orgulho. Temos uma democracia sólida.

As nossas instituições são sólidas. O Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) são instituições sólidas.

Os nossos tribunais são sólidos.

O Exército, as Forças Armadas. Nós temos muitas instituições que dão esse arcabouço e essa segurança para a democracia brasileira”, frisou.

Andrade citou, ainda, as conquistas no âmbito da economia. “Veja a nossa indústria, o tamanho e a importância dela. O que representa a agricultura e a pecuária no mundo, ações que o Brasil tem feito, o desenvolvimento que o Brasil tem feito nesses anos, e tem muitas coisas que nos dão muitas alegrias”, ressaltou. “Por exemplo, o Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos sistemas modernos e mais eficientes do mundo.”

O livro é um compilado de palestras realizadas por 22 especialistas e líderes políticos e empresariais que participaram do ciclo de seminários promovido pela CNI. Entre os articulistas estão o ex-presidente Michel Temer, a empresária Luiza Helena Trajano e a historiadora Lilia Schwarcz.

Todos os artigos fazem análises em torno da trajetória da indústria e do Brasil ao longo dos últimos dois séculos, desde a proclamação da Independência. Além disso, traçam desafios e perspectivas para as próximas décadas.

A publicação e os seminários tiveram a curadoria do escritor e professor emérito da Universidade de Brasília (UnB) Cristovam Buarque, que já foi senador, ministro da Educação e governador do Distrito Federal.

Buarque também enfatizou a importância de relembrar as conquistas do país. “Às vezes, a gente esquece, angustiados que ficamos com a crise que atravessamos”, afirmou.

Educação

Em relação aos fracassos, Buarque mencionou a pobreza enfrentada por milhões de brasileiros, a concentração de renda e a educação. Segundo o ex-senador, houve consenso entre os participantes da iniciativa de que o caminho para superar as mazelas é o investimento na educação básica e a valorização do ensino profissional.

“Um dos erros foi a educação não ter recebido o devido cuidado desde o início da nossa Independência. Nós não ensinamos todos os brasileiros a lerem o “Ordem e Progresso”. Dez milhões não são capazes de reconhecer a bandeira. Nós não conseguimos fazer a população alfabetizada para a contemporaneidade. O que implica não apenas saber ler, mas em falar apenas um idioma. Não é contemporâneo um país onde a população não é bilíngue”, argumentou.

Outro ponto de fracasso apontado pelo ex-senador foi o fato de não se ter um Estado suficientemente sólido. “Nós falhamos com o sequestro realizado algumas vezes na história da nossa democracia, e falhamos ao sequestramos a democracia pelas corporações”, salientou.

A obra propõe os desafios a serem vivenciados pelos brasileiros e quais medidas efetivas precisarão ser tomadas pelos próximos 100 anos — antes do terceiro centenário — para combater os problemas apontados e tornar o país uma nação mais justa.

O livro pode ser acessado na íntegra pelo site portaldaindustria.com.br/cni/canais/200anos.

Deu em Correio Braziliense

Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista