No dia seguinte à admissão no hospital, devido à alta suspeita, foi realizado um teste para o vírus monkeypox, que retornou positivo. Além disso, ele passou por um segundo diagnóstico para a Covid-19, que teve o mesmo resultado.
Devido às atividades sexuais recentes sem proteção e à maioria dos diagnósticos da varíola símia serem relacionados ao sexo, os médicos testaram o paciente também para uma série de Infecções Sexualmente Transmissíveis. Foi quando o homem descobriu que estava também com o vírus HIV-1.
Dado o resultado negativo em setembro e a contagem de glóbulos brancos, os especialistas responsáveis pelo caso acreditam se tratar de uma infecção recente.
No terceiro dia no hospital, praticamente todas as erupções cutâneas começaram a secar. O paciente foi tratado também com Sotrovimab, um anticorpo monoclonal indicado para pessoas com maior risco de progressão mais grave da Covid-19.
No sexto dia na unidade, dia 11 de julho, todos os sintomas haviam passado, mas os testes continuaram positivos para as doenças. O italiano foi, então, liberado para terminar o isolamento em casa.
“Este caso destaca como os sintomas da varíola dos macacos e da Covid-19 podem se sobrepor e corrobora como em caso de coinfecção a coleta anamnésica (histórico clínico de sintomas do paciente) e os hábitos sexuais são cruciais para realizar o diagnóstico correto. (…) Nosso caso enfatiza que a relação sexual pode ser a forma predominante de transmissão. Portanto, a triagem completa de ISTs é recomendada após o diagnóstico de varíola dos macacos.
De fato, nosso paciente testou positivo para HIV-1 e, dada sua contagem de CD4 preservada, poderíamos supor que a infecção era relativamente recente”, escreveram os autores.
Após o diagnóstico, o homem deu início ao tratamento para o HIV. Dez dias depois, o paciente retornou ao hospital para repetir o teste de varíola dos macacos, que permanecia positivo. “Note-se que o swab orofaríngeo da varíola dos macacos ainda foi positivo após 20 dias, sugerindo que esses indivíduos ainda podem ser contagiosos por vários dias após a remissão clínica.
Consequentemente, os médicos devem encorajar as precauções adequadas”, destacaram os médicos.
Deu em O Globo