No documento, o empresário, que prefere não ter seu nome divulgado, diz que foi procurado por outros associados. “Como prata da casa, sinto-me orgulhoso em ser procurado por outros presidentes de nossas respeitadas Ciesps que me procuraram para protestarem pelos desvios de finalidade de nossa instituição mãe”.
“Hoje ela se verga e, oficialmente, se pactua a interesses mesquinhos de homens públicos, muito dos quais execrados pela grande opinião pública”, continua a carta.
A Fiesp e o Ciesp são entidades distintas, mas muito próximas e no passado já chegaram a ter o mesmo presidente. Enquanto a Fiesp reúne os sindicatos de empresas, o Ciesp congrega as próprias companhias.
De acordo com relatos feitos à CNN, o manifesto foi interpretado entre essa parcela do empresariado descontente como um ataque ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e um apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Josué Gomes da Silva é filho do já falecido José de Alencar, que foi vice-presidente nos dois governos de Lula.
Até a publicação pelos jornais nesta manhã, apenas 18 dos 132 sindicatos filiados à Fiesp assinaram o documento. Preferiram não referendar o manifesto setores importantes como máquinas e equipamentos, eletroeletrônico, têxtil, aço, entre outros. Procurada a Fiesp, preferiu não comentar o assunto.
Segundo apurou a reportagem, o estatuto da Fiesp dá autonomia à presidência para fazer esse tipo de manifestação. Gomes da Silva teria procurado a diretoria, da qual recebeu a aprovação. E convidado os sindicatos a assinarem o documento, mas a adesão foi reduzida.
O manifesto da Fiesp, intitulado “Em Defesa da Democracia e da Justiça”, teve apoio da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP), da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Força Sindical, e de movimentos sociais.
Deu em CNN