Saúde 07/07/2022 19:00

Diabetes sob controle: conheça os avanços no tratamento da doença

Novo medicamento de uso oral para diabéticos tipo 2 dispensa agulhas e ajuda a perder peso. O novo medicamento é composto pela semaglutida

Para muitos que têm diabetes tipo 2, aplicar medicações através das agulhas pode ser um transtorno.

Mas, com os avanços das tecnologias para o tratamento da doença, que ainda não tem cura e atinge cerca de 14 milhões de brasileiros, os pacientes terão a chance de optar por outra forma de medicação.

Recentemente, foi introduzida no mercado brasileiro uma versão oral para tratar diabetes mellitus tipo 2.

De acordo com a Dra. Fernanda Lopes, endocrinologista do Exame Medicina Diagnóstica, pertencente à Dasa, maior rede de saúde integrada do Brasil, o diabetes mellitus é uma condição clínica em que há uma elevação da glicose no sangue.

Segundo a médica, isso pode ocorrer por deficiência na produção de insulina, causa do diabetes tipo 1, ou por uma resistência à ação da insulina no corpo que ocorre por aumento da gordura abdominal, que é causa do tipo 2.

O novo medicamento, voltado para a diabetes tipo 2, é composto pela semaglutida – um análogo de hormônio GLP-1.

A Dra. Jamily Drago, endocrinologista do Hospital Brasília, também pertencente à Dasa, explica que o GLP-1 é um hormônio intestinal que, em pacientes obesos e também em diabéticos, apresenta índices muito baixos.

“Com a reposição desse hormônio, ele faz a modulação da insulina, causando, além de uma saciedade maior, também o controle glicêmico o mais perfeito possível”, afirma a especialista.

Segundo a Dra. Jamily, o grande desafio para os pesquisadores estava relacionado ao análogo GLP-1, que é um peptídeo e costuma ser dissolvido pela acidez gástrica.

“Os cientistas conseguiram inserir, na composição do medicamento, uma molécula que é liberada lentamente, juntamente com os ácidos gástricos, chegando a um efeito desejado, que controla tanto a diabetes como também ajuda a perder peso”, esclarece.

Além de dispensar o uso de agulhas, uma das grandes vantagens do novo medicamento é que ele ajuda a perder peso e sustenta essa diminuição a longo prazo.

“Além de conseguirmos controlar a glicemia, vamos também controlar a obesidade. É uma dupla droga na ‘diabesidade’ – um mix das duas doenças em um paciente só”, destaca a endocrinologista do Hospital Brasília.

A Dra. Fernanda explica que, uma vez instalado, o diabetes causa grandes complicações vasculares: há um maior risco de infarto; derrame; comprometimento renal; neuropatia diabética, que pode levar a amputações; retinopatia diabética, que pode causar cegueira, entre outras consequências.

A Dra. Jamily ainda reforça que a classe de novos medicamentos contra a diabetes é capaz de prevenir doenças cardiovasculares.

“Já estamos com medicamentos que previnem, de forma primária e secundária, o AVC e o infarto, e a insuficiência cardíaca. É sempre uma boa notícia quando a gente tem uma medicação que supera as expectativas”, finaliza a especialista.

Deu em Jornal de Brasilia
Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista