Inflação 13/04/2022 11:40
Inflação da cesta básica salta de 13% para 21% em março; veja ranking
A alta de preços veio em um contexto de pressões do clima adverso, do encarecimento dos custos de fretes e da guerra entre Rússia e Ucrânia
A inflação dos alimentos que compõem a cesta básica disparou em março no Brasil.
Com isso, superou a marca de 20% no acumulado de 12 meses, indica estudo de professores do curso de economia da PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná).
A alta de preços veio em um contexto de pressões do clima adverso, do encarecimento dos custos de fretes e da guerra entre Rússia e Ucrânia.
Na passagem de fevereiro para março, a inflação da cesta básica acelerou de 2,02% para 5,27% no Brasil. Assim, a alta acumulada em 12 meses também teve um salto: de 12,67% para 21,46%.
A variação mais recente corresponde a quase o dobro do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Em 12 meses até março, o índice geral acumulou inflação de 11,30%, a mais intensa desde outubro de 2003 (13,98%).
De acordo com o economista Jackson Bittencourt, coordenador do curso de economia da PUCPR, a alta da cesta básica reflete uma combinação de fatores.
O primeiro é o clima adverso vivido em parte do Brasil nos últimos meses. Chuvas fortes no Sudeste e seca no Sul danificaram plantações.
Assim, os fenômenos extremos restringiram a oferta e impactaram os preços de parte dos 13 produtos que compõem a cesta.
Além disso, março marcou a fase inicial dos reflexos econômicos da guerra entre Rússia e Ucrânia.
O conflito aumentou as cotações do trigo, pressionando no Brasil os preços de alimentos como o pão francês, um dos componentes da cesta, indica Bittencourt.
Por fim, a disparada dos combustíveis em março também gerou efeitos indiretos sobre os alimentos, de acordo com o professor. É que a inflação do óleo diesel eleva os custos com transporte de mercadorias, incluindo a comida.
“Uma inflação acima de 20%, como a da cesta básica, impressiona. Afeta todos os brasileiros. Mas são as classes com renda mais baixa que sentem mais. Elas estão empobrecendo”, diz o economista.
O estudo da PUCPR tem como base os dados de alimentos dentro do IPCA, calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em março, os maiores aumentos entre os produtos da cesta básica foram registrados por tomate (27,22%), leite longa vida (9,34%), óleo de soja (8,99%), feijão (6,43%) e batata-inglesa (4,89%). Banana prata (-4,78%) e contrafilé bovino (-0,07%), por outro lado, recuaram.
Já no acumulado de 12 meses até março, as maiores altas vieram de tomate (94,55%), café (64,66%), açúcar cristal (35,68%), batata-inglesa (27,15%), óleo de soja (23,75%) e margarina (20,09%). A única queda no período foi a do arroz (-13,88%).
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