Comércio 20/02/2022 10:30
Sites de compra do exterior driblam impostos e sufocam varejo nacional
A pandemia impulsionou as compras on-line em marketplaces. Varejo se movimenta para pressionar fiscalização e cobrar medidas de controle. “Nossa concorrente, hoje, é a 25 de março digital”, afirmou um dos empresários do grupo, que pediu para não ser identificado. “O camelódromo digital está acabando com o varejo.”
A pandemia impulsionou as compras on-line em plataformas que não têm sede no Brasil. Marketplaces, como AliExpress, Shopee e Wish, aumentaram a presença no país, oferecendo produtos com preços mais baratos.
O problema é que outra prática também se tornou comum: o uso de estratégias para driblar as taxas da Receita Federal.
Sem a cobrança de impostos, as chamadas cross borders, ou shoppings virtuais estrangeiros, vêm burlando as legislações e sufocando o comércio brasileiro, que já lida com uma alta carga tributária.
Após diversos prejuízos, representantes do varejo e da indústria se uniram para cobrar do governo o combate à venda de mercadorias não tributadas realizada pelas plataformas estrangeiras.
Um grupo de empresários brasileiros, formado por gigantes do varejo, tem procurado autoridades dos poderes Executivo e Legislativo para cobrar uma solução. Os gestores pedem mais fiscalização, além de outras providências com o objetivo de evitar o sufocamento do varejo nacional.
“Nossa concorrente, hoje, é a 25 de março digital”, afirmou um dos empresários do grupo, que pediu para não ser identificado. “O camelódromo digital está acabando com o varejo.”
O Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), que reúne 70 redes de varejistas, como Casas Bahia, Renner, Riachuelo e Carrefour, vem articulando uma ofensiva contra a falta de formalidade do mercado. O objetivo é cobrar mais fiscalização sobre as empresas que vendem produtos falsificados e sem a devida arrecadação de impostos.
Segundo estudo do IDV, a evasão fiscal e a não arrecadação do varejo totalizaram entre R$ 176 bilhões e R$ 225 bilhões em 2020. Desse valor, entre R$ 37 bilhões e R$ 48 bilhões corresponde à evasão tributária provocada pelo varejo digital. Só as chamadas cross borders são responsáveis por 70% disso.
O presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), Synésio Batista, comemorou a entrada do varejo na briga pelo fim do que ele considera ser um contrabando. “Agora temos a ponta, que é o varejo, nessa luta contra as mercadorias não tributadas. O varejo estava dormindo em berço esplêndido, mas acordou e vai dar força ao tema”, afirmou ao Metrópoles.
Batista ressaltou que a indústria de brinquedos luta há anos pelo fim da entrada de produtos fabricados no exterior que são destinados a crianças mas não passam por qualquer verificação ou não têm o certificado do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).
“Nós queremos e pedimos o tempo todo que eles [marketplaces ou shoppings virtuais estrangeiros] obedeçam às normas. Não temos medo da concorrência, mas são produtos para crianças, que precisamos proteger”, declarou o presidente da Abrinq.
Deu em Metrópoles
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