Pandemia 29/09/2021 19:50

Coronavírus: como reduzir riscos de Covid no dia a dia após 2ª dose

Com a recente melhora nos números de casos e mortes e o avanço na vacinação, há um relaxamento nas medidas restritivas. Veja como avaliar o risco de infecção nesse novo cenário e se proteger.

Nas últimas semanas, prefeitos e governadores de várias partes do Brasil anunciaram um relaxamento das medidas de contenção da pandemia, que mantinham muitos espaços de convivência, como shoppings, restaurantes e estádios de futebol, fechados ou com horários e taxas de ocupação mais restritos.

O alívio tem a ver com três fatores principais. O primeiro deles é a redução significativa na média móvel de casos e mortes por Covid-19: no mês de setembro, foram registrados os números mais baixos desde o início de 2021.

O segundo ponto tem a ver com o avanço da vacinação. Até o momento, 71% dos brasileiros já tomaram a primeira dose e 41% estão com o esquema de proteção completo.

Embora se saiba que os imunizantes não sejam 100% efetivos para evitar a infecção pelo coronavírus, eles previnem de forma significativa o agravamento da doença, que exige internação, intubação e pode levar à morte.

Em terceiro lugar, não dá para ignorar o cansaço acumulado ao longo dos últimos meses. Estamos na pandemia há um ano e meio e é complicado pensar que todo mundo continuaria em isolamento completo por todo esse tempo.

“A pandemia não acabou, mas as pessoas não querem mais se restringir com a mesma intensidade de antes”, constata a médica Sylvia Lemos Hinrichsen, consultora de biossegurança da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

“Existe um limite de quanto conseguimos priorizar apenas o aspecto médico. Todos estamos cansados e há uma necessidade de retomar as atividades econômicas”, admite o infectologista Renato Grinbaum, que também integra a SBI.
“E é perfeitamente possível pensar numa reabertura se tomarmos certos cuidados”, completa o médico.

Que fique claro: as boas notícias recentes não significam uma liberação geral. Mas elas permitem, sim, fazer algumas coisas com um pouquinho de mais liberdade, dizem os especialistas.

Mas como fazer isso na prática? Quais são as recomendações básicas para retomar um pouco da rotina e minimizar o perigo de pegar a Covid-19? Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil levantam dicas práticas para manejar o risco e evitar que os números da pandemia voltem a subir.

Os pilares de uma retomada segura

O físico Vitor Mori, que faz pesquisas sobre engenharia biomédica na Universidade de Vermont, nos Estados Unidos, acredita que a discussão sobre o manejo de risco da Covid-19 ficou muito prejudicada no Brasil por causa da polarização política.

“Durante muito tempo, tínhamos um lado que dizia ser necessário reabrir tudo sem restrições. Outra parcela, por sua vez, reagiu a esse comportamento e foi para um caminho mais proibicionista. Era tudo oito ou 80”, diz o especialista, que também faz parte do Observatório Covid-19 BR.

“Isso prejudicou muito o debate sobre redução de danos e a criação de políticas públicas que deveriam ter como base a autonomia do indivíduo. Temos que entender que as pessoas são suficientemente inteligentes e capazes de fazer escolhas conscientes se tiverem boas informações”, completa.

Numa entrevista recente à BBC News Brasil, o infectologista Ricardo Palacios, ex-diretor de pesquisa clínica do Instituto Butantan, seguiu essa mesma linha de raciocínio.

“Precisamos começar a explicar para as pessoas sobre o manejo de risco. Um exemplo: você quer passar o Natal com familiares e amigos. Como planejar esse evento para que ele não acabe disseminando a Covid-19 para pessoas vulneráveis, que vão acabar internadas?”, questiona o especialista.
Do ponto de vista prático, existem algumas premissas básicas a serem seguidas antes de

pensar em retomar algumas atividades sociais.

O primeiro passo é aguardar 14 dias após completar a vacinação, seja com as duas doses ou com o imunizante da Janssen, de dose única. Esse é o tempo necessário para que o sistema imune crie uma resposta.
“É importante que todo mundo participe da campanha de imunização e tome as duas doses”, reforça Hinrichsen.

Segundo, não dá para abdicar das máscaras na maioria das situações. Dependendo da ocasião, é importante usar modelos profissionais (como a PFF2) e checar se o equipamento está vedando bem as maçãs do rosto, a região do nariz, as bochechas e o queixo.

Deu em G1

Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista