Pandemia 23/08/2021 11:40

Agora torou: divisórias de plástico, vidro ou acrílico podem aumentar risco de pegar covid em locais fechados

Segundo estudo, essas barreiras impedem o fluxo de ar e a ventilação normal do ambiente...

Divisórias de plástico ou acrílico separando vendedores e clientes, alunos e professores, motoristas e passageiros, entre outras situações, se tornaram comuns em todo o mundo na tentativa de melhorar a proteção contra a covid-19.

No entanto, cientistas que estudam a circulação de ar afirmam que, na maioria das vezes, as barreiras podem piorar a disseminação do vírus, além de fornecerem uma falsa sensação de segurança.

Segundo estudo conduzido por Linsey Marr, professora de engenharia civil e ambiental da Virginia Tech (Instituto Politécnico e Universidade Estadual da Virgínia) e especialista em transmissões virais, com outros cientistas, em alguns casos, as barreiras de proteção podem direcionar os germes de uma pessoa para outra ao impedir o fluxo de ar e a ventilação normal do ambiente.

Eis a íntegra do estudo “Reconhecer e controlar a transmissão aérea de SARSCoV-2 em ambientes internos” (173 KB).

A cientista explica que, em condições normais, partículas de ar exaladas se dispersam carregadas pela corrente de ar. Em ambientes fechados, elas demoram de 15 a 30 minutos para serem substituídas por ar fresco.

Divisórias de plástico ou acrílico podem alterar o fluxo de ar na sala, interromper a ventilação e criar “zonas mortas”, regiões onde partículas de aerossol virais se concentram.

Marr explica que, quando erguemos barreiras de plástico, “os aerossóis de todos as pessoas [que estão em uma mesma sala] ficam presos e se acumulam. Eles acabam se espalhando para além da área sua própria mesa“….

Em algumas situações, as divisórias podem trazer proteção, mas isso depende de uma série de variáveis. As barreiras impedem, por exemplo, que gotas maiores ejetadas durante tosses e espirros cheguem em outras pessoas. Contudo, a covid-19 se espalha amplamente por meio de partículas de aerossol invisíveis. .

Portanto, embora um funcionário atrás de uma barreira transparente possa ser poupado de alguns dos germes do cliente, um funcionário próximo ou clientes na fila ainda podem estar expostos.

“Uma maneira de pensar sobre as barreiras de plástico é que elas são boas para bloquear coisas como cusparadas, mas ineficazes para fumaça de cigarro, por exemplo. A fumaça simplesmente flutua, então dá à pessoa do outro lado um pouco mais de tempo antes de ser exposta a ela. Enquanto isso, as pessoas do mesmo lado do fumante estarão expostas a mais fumaça, já que as barreiras a prendem naquele lado até que ela tenha a chance de se espalhar por todo o espaço“, explicou Marr à NBC.

Estudos publicados anteriormente já mostravam que o uso de divisórias de plástico em escolas, estabelecimento comerciais e escritórios podem contribuir para a proliferação de germes em ambientes fechados. …

O problema, diz Marr, é que a maioria das pessoas encarregadas de erguer barreiras em escritórios, restaurantes e escolas não contrata um engenheiro para avaliar o fluxo de ar e a ventilação de cada cômodo. Os meios mais eficientes de evitar o contágio pelo novo coronavírus continuam sendo o isolamento social, uso de máscaras e a vacinação, além da melhoria do sistema de ventilação, com instalação de equipamentos para filtragem de ar, quando necessário.

Os cientistas alertam, no entanto, que a existência de barreiras transparentes nos estabelecimentos não deve ser motivo de pânico. O ideal é continuar usando máscara, mesmo atrás do escudo, para reduzir os riscos de infecção.

Deu em Poder360

Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista