Pandemia 21/08/2021 10:50

Variante delta se espalha em Israel, país pioneiro na vacinação

Contágios disparam até os níveis alcançados no auge da pandemia, e teme-se a perda de eficácia da imunização nos próximos meses

As ruas de Jerusalém voltaram a se encher de rostos com máscaras, mesmo que seu uso não seja obrigatório ao ar livre.

Faz dois meses que as últimas restrições foram suspensas em Israel, com a sensação de ter alcançado a imunidade coletiva, e os onipresentes acessórios de proteção contra a covid-19 foram esquecidos nas gavetas.

Com quase 60% de seus 9,3 milhões habitantes já tendo recebido a pauta completa da vacina Pfizer-BioNtech, os israelenses pareciam ter deixado a pandemia para trás no primeiro semestre, enquanto outros países ainda davam os primeiros passos na campanha de imunização.

Não é mais assim. Israel sofre uma elevada taxa de contágios por coronavírus depois da propagação da variante delta.

Apesar da campanha maciça, 15% dos cidadãos não quiseram se vacinar.

O primeiro-ministro Naftali Bennet soou o alarme numa entrevista coletiva transmitida pela televisão na noite de quarta-feira: apesar de ele querer a todo custo evitar um novo fechamento da economia, não haveria alternativa a reimpor o confinamento “como última linha de defesa se todas as demais opções fracassarem”, coincidindo com as festividades judaicas de setembro.

O presidente do grupo de especialistas que assessora o Governo, o médico sanitarista Ran Balicer, disse ao site informativo Ynet que a velocidade de propagação da covid-19 em Israel é atualmente “uma das mais altas do mundo”, com quase 8.000 novos contágios diários e uma taxa de positividade de 5,5% nos exames de diagnóstico feitos na quarta-feira.

Durante o último pico da pandemia, registrado em janeiro, havia cerca de 10.000 casos diários, com uma taxa de positividade próxima de 10%.

“São dados preocupantes, à vista da centena de casos graves contabilizados a cada dia, o que representa um pesado ônus para o sistema sanitário”, alertou. Israel registrava na quarta-feira um total de 603 pacientes internados com sintomas graves ou muito graves, dos quais 106 estavam conectados a respiradores.

Há dois meses, no começo do verão local, o cotidiano israelense parecia ter voltado ao que era nos dias anteriores ao primeiro confinamento, em março de 2020, e os israelenses viajaram maciçamente ao exterior após mais de um ano de fechamento de fronteiras. Alguns supostamente importaram a variante delta.

Deu em El País

Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista