Pandemia 30/06/2021 11:39

Argentina fecha suas fronteiras contra a variante delta do coronavírus

Governo permite a entrada de apenas 600 pessoas por dia no país. Alberto Fernández cancela sua participação em um fórum na França devido às novas restrições

A Argentina se fechou nesta segunda-feira ainda mais para combater a pandemia de covid-19, que já causou mais de 92.000 mortes no país sul-americano.

Com o turismo internacional proibido desde dezembro, o Governo de Alberto Fernández também decidiu diminuir a entrada de argentinos ou residentes do exterior.

Entre esta segunda-feira e pelo menos até o dia 9 de julho, apenas 600 viajantes por dia podem entrar no país, o que deve deixar milhares de argentinos fora de suas fronteiras. Com a medida drástica, o Executivo busca atrasar a circulação da variante contagiosa do delta, que se espalhou rapidamente pela Europa e obrigou vários países a interromper a desaceleração de infecções.

A ministra da Saúde argentina, Carla Vizzotti, defendeu nesta sexta-feira o aumento dos controles para entrada no país devido ao alto descumprimento da quarentena obrigatória detectado entre quem retorna ao país.

De acordo com o Governo, quatro em cada dez viajantes não cumprem a semana obrigatória de isolamento em casa e a realização de três testes de covid-19 para voltar às ruas. Na semana passada, as autoridades anunciaram que iniciariam 287 queixas-crime contra pessoas que violaram a quarentena.

Antes de deixar a Argentina, os passageiros assinam uma declaração na qual aceitam e assumem as “consequências sanitárias, jurídicas e econômicas derivadas” de sua saída do país e sua eventual reentrada nele, bem como a realização de um teste de covid-19 na sua chegada ao aeroporto e na sua estadia em alojamento designado pelo Governo em caso de teste positivo.

“Quem saiu de férias terá que voltar infelizmente um pouco mais tarde, mas é preferível suspender as aulas por causa de um surto”, disse a chefa da Direção Nacional de Migração, Florencia Carignano, em declarações à rádio La Red.

“Se não fecharmos, em duas semanas teremos um colapso sanitário”, alertou Carignano. O sistema de saúde argentino enfrenta há alguns meses uma segunda onda mais virulenta que a primeira. Nesta segunda-feira, foram registradas 18.389 infecções e 576 mortes por coronavírus.

Voos cancelados

Ao longo do primeiro dia com as novas restrições, apenas três voos internacionais ―de Miami, Barcelona e Bogotá― pousaram em Ezeiza, o principal aeroporto da Argentina, localizado nos arredores de Buenos Aires.

A Aerolineas Argentinas, a companhia aérea de bandeira do país, cancelou 59 dos 90 voos programados até 11 de julho.

Deu em El Pais

Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista