Saúde 22/04/2021 10:10
Dormir menos de 6 horas por noite aumenta o risco de demência em 30%, diz estudo
Pesquisa acompanhou por 25 anos quase 8 mil pessoas de meia-idade; resultados foram publicados na revista Nature Communications
Se você está dormindo cerca de seis horas ou menos por noite, está preparando seu cérebro para falhas no futuro, segundo estudo publicado nesta terça-feira (20) na revista Nature Communications.
Depois de acompanhar quase 8 mil pessoas por 25 anos, o estudo encontrou um risco maior de demência em pessoas que tinham “duração do sono de seis horas ou menos aos 50 e 60 anos” em comparação com aqueles que dormiam sete horas por noite.
Além disso, a curta duração do sono persistente das pessoas com idades entre 50, 60 e 70 anos também foi associada a um “risco aumentado de demência em 30%”, independentemente de “fatores sociodemográficos, comportamentais, cardiometabólicos e de saúde mental”, incluindo depressão, diz o estudo.
“O sono é importante para o funcionamento normal do cérebro e para limpar proteínas tóxicas que se acumulam nele, podendo provocar demências”, disse em nota Tara Spires-Jones, diretora adjunta do Centro de Descoberta de Ciências do Cérebro, da Universidade de Edimburgo, na Escócia. Spires-Jones não participou do estudo.
“Qual é a mensagem para todos nós? As evidências de distúrbios do sono podem ocorrer muito antes do início de outras evidências clínicas de demência”, disse em comunicado Tom Dening, que dirige o Centro para Demência do Instituto de Saúde Mental, na Universidade de Nottingham, no Reino Unido.
“No entanto, este estudo não pode estabelecer causa e efeito”, disse Dening, que não participou da pesquisa. “Talvez seja simplesmente um sinal muito precoce da demência que está por vir, mas também é bastante provável que o sono insatisfatório não seja bom para o cérebro e o deixe vulnerável para doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer”.
É sabido que as pessoas com Alzheimer sofrem com dificuldades para dormir. Na verdade, a insônia, a perambulação noturna e a sonolência diurna são comuns em pessoas com Alzheimer, bem como outros distúrbios cognitivos, como demência com Corpos de Lewy (doença que afetava o ator Robin Williams) e demência do lobo frontal.
Mas o sono insatisfatório leva à demência? – e o que vem primeiro? Essa questão do “ovo e da galinha” foi explorada em estudos anteriores, com pesquisas apontando para os dois lados, de acordo com o neurocientista Jeffrey Iliff, professor de psiquiatria e ciências comportamentais da Escola de Medicina da Universidade de Washington.
“Em estudos experimentais, parece haver evidência dos dois, do ovo e da galinha”, Iliff disse à CNN em uma entrevista anterior. “Você pode seguir em qualquer direção”. No entanto, alguns estudos recentes exploraram os danos que a privação de sono pode causar.
Pessoas que têm menos REM, ou sono em fase de sonho, podem estar em maior risco de desenvolver demência, descobriu um estudo de 2017. REM é o quinto estágio do sono, quando os olhos se movem, o corpo se aquece, a respiração e o pulso se aceleram e a mente sonha.
Outro estudo publicado em 2017 revelou que adultos saudáveis de meia-idade que dormem mal por apenas uma noite produzem uma abundância de placas de beta-amiloide – uma das marcas do Alzheimer. A beta amiloide é um composto de proteína pegajosa que interrompe a comunicação entre as células cerebrais, eventualmente matando as células à medida que se acumula no cérebro.
Uma semana de sono interrompido aumentou a quantidade de tau, outra proteína responsável pelos emaranhados associados ao Alzheimer, demência do lobo frontal e doença com Corpos de Lewy, descobriu o estudo.
Um terceiro estudo de 2017 comparou marcadores de demência no fluido espinhal com problemas de sono autorrelatados, e descobriu que indivíduos que tinham problemas de sono eram mais propensos a mostrar evidências de patologia de tau, danos às células cerebrais e inflamação, mesmo quando outros fatores como depressão, massa corporal, doenças cardiovasculares e medicamentos para dormir foram levados em consideração.
Deu na CNN
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