Brasil 18/08/2020 08:57

“Acompanhei gestantes de 10 anos em estado grave na UTI’: médica detalha os riscos de uma criança grávida”

"Elas chegam ao hospital perplexas e aterrorizadas com todos os eventos traumáticos que vivenciaram." Assim, a ginecologista e obstetra Melania Amorim resume as situações de garotas, de 10 a 13 anos, que engravidam após serem estupradas.

“Elas chegam ao hospital perplexas e aterrorizadas com todos os eventos traumáticos que vivenciaram.” Assim, a ginecologista e obstetra Melania Amorim resume as situações de garotas, de 10 a 13 anos, que engravidam após serem estupradas.

A médica, com mais de 30 anos de profissão, conta ter presenciado casos que a deixaram entristecida. Entre eles, o de uma jovem de 13 anos com paralisia cerebral, que engravidou após ser abusada sexualmente.

A obstetra também acompanhou meninas que lutaram pela vida após ao desenvolverem problemas de saúde causados por gestações precoces.

“Esses casos de gravidez por estupro nessa faixa etária não são raros. Infelizmente, acontecem com certa frequência”, pontua Melania, que é professora universitária na Paraíba e em Pernambuco.

Segundo dados tabulados pela BBC News Brasil no Sistema de Informações Hospitalares do SUS, do Ministério da Saúde, o Brasil registra, em média, ao menos seis abortos por dia em meninas de 10 a 14 anos.

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2019 aponta que quatro meninas de até 13 anos são estupradas a cada hora no Brasil.

Associado ao trauma causado pelo abuso sexual, aquelas que engravidam também vivem os riscos da gravidez. Isso porque estudos apontam que gestações de garotas de até 15 anos são muito mais arriscadas do que entre mulheres mais velhas. Quanto mais nova, maiores os riscos.

A gravidez na infância e na adolescência tem estado no centro das discussões nos últimos dias, após o caso da menina de 10 anos do Espírito Santo.

Deu em BBC

Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista