24/07/2019 06:58

“Estou chocada, estou tremendo”, diz mãe de um dos suspeitos presos

A prisão de Gustavo surpreendeu sua família, que diz acreditar em um erro da investigação. “Estou chocada, estou tremendo, tenho certeza que meu filho não está envolvido nisso, não. Eu acho que foi um erro tamanho”, disse à Folha de S.Paulo na noite desta terça (23) a mãe do ex-DJ, Marta Elias Santos.

A prisão de Gustavo surpreendeu sua família, que diz acreditar em um erro da investigação.

“Estou chocada, estou tremendo, tenho certeza que meu filho não está envolvido nisso, não. Eu acho que foi um erro tamanho”, disse à Folha de S.Paulo na noite desta terça (23) a mãe do ex-DJ, Marta Elias Santos.

“Eu desconheço [o suposto envolvimento], não passa na minha cabeça uma coisa dessa.”

O próprio advogado dele, Ariovaldo Moreira, não imagina que o cliente tenha se envolvido no caso. Ele estará em Brasília nesta quarta-feira para acompanhar o caso.

Na Justiça tem contra si alguns processos. Em 14 de janeiro de 2013, ele foi preso por ter receptado uma caminhonete, uma Hillux, avaliada em R$ 91 mil, e para circular adulterou as placas e o documento.

No seu celular havia fotos ostentando o uso de armas, por isso os policiais foram até a casa dele [essa mesma vistoriada hoje pela PF] e apreenderam munições calibre 38 e 735, além de simulacros de armas reais. Julgado em 2015, foi condenado a cumprir seis anos e seis meses de reclusão, em regime semiaberto.

Mas, essa relação entre os dois suspeitos de Araraquara fica comprovada em outro processo. Em maio de 2015, os dois foram detidos na companhia de mais duas pessoas dentro do Parque Beto Carrero World, em Santa Catarina.

O suspeito de 28 anos foi ouvido e liberado, mas o colega, de 30 anos, que está foragido e teve a casa vistoriada na Vila Xavier, acabou preso por falsidade ideológica. Na época, detido, apresentou uma carteira vermelha com as inscrições da Polícia Civil [comprada de um camelô, em São Paulo] e dentro do carro havia uma arma e munições.

Mas, este não é o único processo envolvendo esse suspeito de Araraquara que passa a ser investigado pela PF na Operação Spoofing com o objetivo de desarticular organização criminosa que praticava crimes cibernéticos.

Além de Sérgio Moro, teriam sido vítimas do grupo o desembargador Federal Abel Gomes, da TRF 2ª região, do juiz federal Flávio Lucas, da 18ª Vara Federal do Rio de Janeiro, além do aparelho dos delegados federais Rafael Fernandes, de São Paulo, e Flávio Reis, de Campinas.

As atividades ilícitas dele eram variadas e antigas. Em Piracicaba, no dia 7 de julho de 2012, o ele se hospedou em um hotel e pagou a conta de R$ 740 com o cartão de crédito de um homem de 75 anos.

Em juízo, em agosto de 2015, não negou o crime e acabou condenado a um ano de prisão em regime aberto. Antes, em 2009, também chegou a ser detido por suspeita de envolvimento com drogas, mas foi colocado em liberdade por um habeas corpus.

Em 8 de maio de 2013, ele foi detido por policiais rodoviários, em São Carlos, com um carro avaliado em mais de R$ 100 mil, na época, e ostentando cartões de crédito e débito falsos e um extrato bancário mantendo na conta R$ 1.8 milhão.

Ele chegou a ser preso, mas depois foi solto pela Justiça.

Em 21 de fevereiro do ano passado, foi julgado por envolvimento em um estelionato cometido em março de 2015. Na época, ele teve acesso a um cartão bancário furtado de um escritório de advocacia e aproveitando dele fez uma série de compras, entre elas, poltrona, cabeceira de cama, além de roupa de cama.

Um prejuízo de quase R$ 1.7 mil.

Quando ouvido sobre o caso negou o crime e alegou ter feito a compra com o cartão fornecido por um amigo. Ele acabou condenado a um ano e dois meses de reclusão em regime semiaberto.

Mas esse não é o único caso. Em 15 de abril de 2017, acabou preso por tráfico de drogas e falsificação de documentos. Policiais civis investigavam outro caso quando cumpriram um mandado de busca e apreensão no seu apartamento, em Araraquara.

Lá, apreenderam comprimidos de um medicamento com venda proibida, além de uma carteirinha de estudante de medicina da USP com a foto dele e dados pessoais de outra pessoa.

Em janeiro do ano passado, a Justiça o absolveu do tráfico e o condenou a dois anos pela falsificação. Mas, em junho do ano passado, a Promotoria e a defesa recorreram e o Tribunal de Justiça entendeu que por ele ter um perfil reincidente o condenou também pelo tráfico de drogas. A defesa já recorreu da medida em instâncias superiores.

ACidadeON/Araraquara não conseguiu contato com o advogado de acusado de 30 anos. Já sobre o outro suspeito, o advogado Ariovaldo Moreira disse que vai ainda hoje para Brasília tomar ciência dos detalhes do caso.

Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista