27/05/2019 09:15
Qual é o seu perfil psicológico na relação com o dinheiro?
Embora na nossa cultura o dinheiro seja quase um tabu, um assunto sobre o qual muitos evitam falar, certo é que o dinheiro fala de nós.
Embora na nossa cultura o dinheiro seja quase um tabu, um assunto sobre o qual muitos evitam falar, certo é que o dinheiro fala de nós.
A forma de usá-lo revela se somos reflexivos ou impulsivos. As coisas com as quais gastamos mostram nossas prioridades vitais.
Segundo o espanhol Joan Antoni Melé, que promove a ética nos bancos e a economia consciente, o extrato bancário permite fazer uma radiografia das motivações da pessoa e dos seus pontos fracos.
Esse é um dos temas abordados em Money Mindfulness, um ensaio de Cristina Benito que foi traduzido a sete idiomas (não ao português). A economista traça cinco perfis psicológicos conforme nossa relação com o dinheiro.
1. O piromaníaco define a pessoa cujo dinheiro “queima nas mãos” e, portanto, gasta de maneira compulsiva.
Segundo a autora, por trás de um consumismo desenfreado há muitas vezes uma grande insatisfação. Quem não está contente com o trabalho ou com a vida precisa “se premiar” para compensar tudo de que não gosta, dando-se presentes cujo prazer evapora tão rápido quanto o próprio dinheiro.
3. O neurótico com a pobreza é menos habitual, mas ocorre com frequência entre artistas e pessoas de índole idealista.
Nelas está presente a crença de que se enriquecer é ruim, o que as leva a boicotar a si mesmas. Se as coisas saem bem, isso significa que traíram seus princípios ou prejudicaram os outros. A ideia de que é preciso ser pobre para ser puro está enraizada na cultura judaico-cristã.
A Bíblia nos recorda que “é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus”. O sujeito que tem essa neurose com a pobreza também pode ter medo de ser criticado, ou inclusive de perder afetos, se melhorar seu nível de vida.
Por isso, profissionais competentes muitas vezes não se atrevem a pedir um aumento de salário ou a cobrar honorários mais altos.
4. A formiguinha é um perfil muito comum e, dentro da moderação, sua relação com o dinheiro pode ser saudável.
O problema é quando a pessoa vive num estado de carestia permanente, inclusive tendo uma renda mais que suficiente. A fixação doentia com a austeridade pode fazê-la passar dificuldades e privações injustificadas. Levada ao extremo, essa atitude se apoia no temor.
Há um medo de que surjam gastos inesperados, de perder o trabalho, de uma catástrofe geral da qual ela só se livrará graças às economias. Mas fazer tanta reserva pode nos tornar incapazes de curtir os prazeres simples da vida.
5. A nuvem do não saber, o último perfil mencionado em Money Mindfulness, diz respeito às pessoas que preferem que o outro se ocupe do seu dinheiro. Delegam essa responsabilidade ao companheiro, à família ou a um representante.
A despreocupação pode acabar em desastre, como foi o caso de Leonard Cohen, que, depois de se aposentar, com mais de 70 anos teve que voltar a fazer turnês devido à má gestão de sua assessora financeira.
Em um nível mais modesto, muitas pessoas descobrem, ao se divorciarem, que o companheiro que se ocupava das finanças só deixou um buraco sem fundo.
Seja qual for a nossa relação com o dinheiro, tomar consciência sobre o que fazemos com ele nos ensina não apenas quem somos e como temos que mudar, mas também como evitar vínculos tóxicos com os outros, tornando-nos responsáveis por nossa vida.
Deu em El País
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