18/01/2019 10:48

Petrobras e subsidiárias concentram 20% dos empréstimos no BNDES

A Petrobras e suas subsidiárias concentram quase 20% do apoio financeiro concedido pelo BNDES aos 50 maiores clientes ao longo dos últimos 15 anos, segundo informações divulgadas pela instituição em seu site nesta sexta-feira.

A Petrobras e suas subsidiárias concentram quase 20% do apoio financeiro concedido pelo BNDES aos 50 maiores clientes ao longo dos últimos 15 anos, segundo informações divulgadas pela instituição em seu site nesta sexta-feira.

Juntas, elas receberam R$ 91 bilhões, seja via financiamento ou pela chamada renda variável, isto é, compra de participações ou de títulos da dívida das empresas.

O total desembolsado pelo banco aos 50 maiores tomadores nesse período foi de R$ 482,8 bilhões. Em seguida vem a Embraer, com R$ 49,4 bilhões (10,2%), e a Norte Energia, que opera a hidrelétrica de Belo Monte, com R$ 25,4 bilhões (5,2%).

Os números reforçam quão concentrado é o apoio do banco.

Uma crítica recorrente à instituição é que ela financia grandes empresas, capazes de levantar recursos no mercado de capitais ou junto a bancos comerciais.

Nos últimos anos, o BNDES tem procurado reduzir o volume de financiamentos às grandes companhias e elevar os recursos repassados às pequenas e média empresas.

A BNDESPar, braço de participações do banco estatal, também tem vendido fatias nas empresas, incluindo Petrobras e Vale, que tradicionalmente ocupam espaço na sua carteira de investimentos. A ideia, segundo o novo presidente do banco, Joaquim Levy, é privilegiar o apoio à inovação, pequenas e médias empresas e a projetos de infraestrutura.

A novidade do ranking é que ele consolida o apoio do banco via financiamento e renda variável. Antes, eles apareciam separadamente, dificultando uma visão mais abrangente dos clientes que mais recebem apoio oficial. Os dados estão atualizados até novembro de 2018.

Os recursos recebidos pela Petrobras, investigada pela Lava-Jato pelo esquema de corrupção, envolvem a controladora (R$ 62,4 bilhões); a TAG (R$ 13,3 bilhões), dona de uma imensa malha de gasodutos e que está na lista da estatal para ser vendida; a filial estrangeira Petrobras Netherlands (R$ 9,9 bilhões) e a Transpetro (R$ 5,4 bilhões), que cuida da área logística da companhia, como dutos e terminais.

Cada uma dessas empresas ocupa uma posição no ranking divulgado nesta sexta-feira, pois o BNDES considera o apoio por CNPJ e não por grupo. Mesmo isoladamente, a Petrobras lidera a lista.

Deu em O Globo

Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista