27/11/2018 12:17

Brasil tem mais de15 milhões de miseráveis

No ano passado, o percentual da população que está abaixo da linha da pobreza chegou a 11,18% retrocedendo para o mesmo patamar de cinco anos atrás. Atualmente, há no país 15 milhões de pessoas miseráveis.

A recessão econômica pela qual o Brasil passa trouxe prejuízos sociais conquistados nos últimos tempos.
No ano passado, o percentual da população que está abaixo da linha da pobreza chegou a 11,18% retrocedendo para o mesmo patamar de cinco anos atrás.
Atualmente, há no país 15 milhões de pessoas miseráveis.Essa foi uma das conclusões do relatório “País estagnado: um retrato da desigualdade brasileira” feito pela Oxfam Brasil, uma organização não governamental de combate à pobreza. O estudo analisa o período entre 2016 e 2017.

De acordo com o relatório, a desigualdade na renda habitual do trabalho (que considera somente o salário principal dos trabalhadores) estava em queda desde 2002 e se estagnou entre o ano retrasado e o ano passado.

Além disso, a proporção de pobres voltou aos mesmos níveis de 2012.

A organização usou dois bancos de dados para chegar a esses resultados: o FGV Social e o relatório do Banco Mundial, que avalia a pobreza nos países.

Segundo o coordenador da Oxfam e autor do relatório, Rafael George, a recessão econômica e a estrutura das políticas públicas se apresentam como fatores determinantes para essa realidade.

“Há duas explicações para a piora nos indicadores de pobreza do Brasil. A primeira foi a recessão econômica que duplicou o número de desempregados em três anos e a segunda é de cunho estrutural. Não há políticas públicas eficientes em educação e saúde que promovam mobilidade social no Brasil”, explica.

Segundo o especialista, o desemprego atinge com mais intensidade pessoas com trabalhos intermitentes e com renda menor. Nessa realidade, quem não tem emprego fixo também não tem reservas para se manter enquanto procura outra oportunidade.

O pesquisador alerta ainda para os insuficientes avanços na educação do país. “A mobilidade social não é permanente porque avançamos pouco em iniciativas relacionadas à educação. A escolaridade no Brasil avança de maneira lenta. Existe a necessidade de expandir as políticas ligadas à educação para que o país consiga reverter esse quadro”.

Deu em Exame

Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista