Judiciário 28/09/2018 10:03

Dez presidenciáveis aparecem como réus no Judiciário

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Dez dos 13 candidatos à Presidência da República aparecem como réus em 151 ações no Judiciário brasileiro. 

Dez dos 13 candidatos à Presidência da República aparecem como réus em 151 ações no Judiciário brasileiro.

A informação faz parte de um levantamento da Kurierempresa de tecnologia e inteligência jurídica, e abrange os processos distribuídos desde outubro de 2013. Henrique Meirelles (MDB), Marina Silva (Rede) e Vera Lúcia (PSTU) são os únicos sem ações ajuizadas nos últimos cinco anos.

Na liderança está o candidato do PDT, Ciro Gomes, presente em 77 processos. Em seguida, aparece Fernando Haddad (PT), que teve computada 33 ações, à frente de João Goulart Filho (PPL), com 12.

Geraldo Alckmin (PSDB) e Guilherme Boulos (Psol) foram registrados em seis processos judiciais cada um, enquanto Jair Bolsonaro (PSL) e Álvaro Dias (PPV) apareceram em cinco no levantamento. Na sequência estão José Maria Eymael (DC) e Cabo Daciolo (Patriota), em quatro ações, além de João Amoêdo (Novo), com um processo.

O levantamento, feito pela ferramenta Kurier Analytics, traz informações sobre a divisão das ações por estado, se estão na Justiça Federal ou estadual, o ano da distribuição e o tipo de pedido ou acusação.

Não foram levadas em conta as sentenças desses processos.

Ciro Gomes
O candidato do PTD apareceu na pesquisa por ações em seis estados: Ceará, Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Alagoas e Piauí. Os pedidos de indenização por danos morais representam mais da metade do número de solicitações (52%), seguido por calúnia (9%). Na outra ponta, com parcela de 1% a 2%, estão acusações como peculato, desobediência, improbidade e atos administrativos.

Fernando Haddad
O petista apareceu como réu em São Paulo e Minas Gerais, sendo que 94% dos processos são da Justiça estadual, e os 6% restantes, da Federal. Desde outubro de 2013, o ano com mais processos distribuídos contra Haddad foi 2016, quando perdeu a reeleição à prefeitura da capital paulista. Improbidade administrativa é a razão da maioria das ações (13%), seguida por atos administrativos e violação dos princípios administrativos (8% cada um). Pedidos de ordem urbanística e moradia representam 3% dos processos.

João Goulart Filho
As 12 ações em que o levantamento mostrou o candidato como réu estão distribuídas entre Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Distrito Federal, Maranhão e Rio de Janeiro. Precatória de citação representa 38% dos pedidos, e vícios formais da sentença, 13%. Com 6% do total cada um, aparecem ações de usucapião, responsabilidade civil, locação de imóvel e indenização por danos morais.

Geraldo Alckmin
O tucano apareceu na pesquisa como réu em seis ações sobre temas como direito administrativo (13%), garantias constitucionais (13%), responsabilidade da administração (13%), violação dos princípios administrativos (7%) e vigilância sanitária e epidemiológica (7%). Em São Paulo ficam 83% dos pedidos, e o restante, no Distrito Federal (17%). Metade dos processos foi distribuída em 2018.

Guilherme Boulos
O candidato do Psol está em pedidos relacionados a temas como ameaça (20%), esbulho (20%), turbação (20%), responsabilidade civil (7%), posse (7%) e moradia (7%) — todos em São Paulo ou no Distrito Federal. Dentro do recorte temporal do levantamento, Boulos teve ações distribuídas apenas em 2014 e 2015.

Jair Bolsonaro
Com cinco processos na pesquisa, o candidato do PSL tem pedidos de indenização por danos morais (33%), criminais (17%), direito civil (17%), injúria (17%) e responsabilidade civil (17%). As ações aparecem no Rio de Janeiro, Distrito Federal, Rio Grande do Sul e São Paulo. Do total, 40% tiveram distribuição em 2015, e outros 40%, em 2017.

Álvaro Dias
Direito Processual Civil e do Trabalho e honorários advocatícios representam, cada um, 18% dos pedidos contra Álvaro Dias. Com 6%, aparecem temas como crédito tributário, denúncia espontânea e prioridade. Os processos estão no Distrito Federal e no Rio de Janeiro após serem distribuídos em 2016 (60%) e em 2017 (40%).

José Maria Eymael
Desde outubro de 2013, o candidato aparece como réu em processos de dívida ativa (33%), adjudicação (17%), condomínio (17%), IPTU (17%) e ISS (17%). Todas nas Justiça estadual de São Paulo e do Rio Grande do Sul, com distribuições nos anos de 2015 (25%) e 2017 (75%).

Cabo Daciolo
Distribuídos em 2016 (25%) e 2017 (75%), os processos contra Daciolo incluem pedidos relacionados a locação de imóvel (22%), cobrança de aluguel (11%), espécies de contrato (11%), inadimplemento (11%) e indenização por danos morais (11%). Todos foram computados na Justiça estadual do Rio de Janeiro.

João Amoêdo
No levantamento, o candidato do Novo figura como réu em um único processo sobre IPTU, que teve distribuição em 2014 na Justiça estadual do Rio de Janeiro.

Deu em Conjur

Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista