Educação 28/02/2018 11:28
Algumas razões do vexame brasileiro
• Em quase todos os países, os jovens que querem ser professor tiram nota abaixo da média do Pisa, um nó daqueles, dado que alunos de ótimos mestres rendem três vezes mais.
• Em quase todos os países, os jovens que querem ser professor tiram nota abaixo da média do Pisa, um nó daqueles, dado que alunos de ótimos mestres rendem três vezes mais.
• Dinheiro é bom, mas precisa ser bem gasto. Alemanha e Vietnã ficaram no mesmo patamar, sendo que um é rico e o outro, pobre.
O relatório aponta caminhos para países que vão mal no ensino darem uma virada.
Um deles, certamente entre os mais emergenciais, é investir na criança desde o início da vida, fase em que o cérebro está em frenética atividade, formando as bases para o aprendizado mais tarde.
“A criança que não recebe cuidados e estímulos básicos desde cedo entra na escola em alta desvantagem para aprender. Elas têm as piores notas, repetem de ano com frequência, deixam a escola e têm um quadro de saúde pior até a idade adulta”, diz a economista Madalena Bendini, especialista em primeira infância do Banco Mundial.
Nos países da América Latina, o dinheiro que o governo deposita até os 5 anos de idade é um terço do que dedica à faixa dos 6 aos 11 – e nem sempre é bem utilizado. Há várias questões a atacar ao mesmo tempo em prol do bom desenvolvimento nos primeiros anos de vida, a começar pelo mais básico, a boa nutrição: um terço das crianças com menos de 5 anos de países mais pobres ainda são fisicamente atrofiadas em razão da desnutrição crônica, aponta o relatório (no Brasil, são 7%).
O acesso a creches e pré-escolas também é essencial, ao dar os incentivos que a grande maioria das crianças oriundas da pobreza não têm em casa.
“Mas não é qualquer creche que faz efeito. Ela precisa ter qualidade; do contrário, pode inclusive atrapalhar”, pondera Leandro Costa, economista do Banco Mundial.
Vizinho do Brasil, o Chile tem um bom exemplo a dar neste campo: há uma década foi estabelecido lá um programa que acompanha a criança do útero aos 9 anos, do pré-natal da mãe à saúde e à vida escolar da criança. A Colômbia conseguiu incentivar o aparecimento de um monte de pequenas creches comunitárias, que resolvem de forma barata e eficiente o problema da escassez de vagas.
E o Brasil, vai esperar 260 anos?
Deu em Veja