Indústria 04/01/2018 10:24

Indústria quer mais crédito para fazer novos investimentos

Após três anos de resultados negativos, a indústria brasileira virou 2017 com crescimento positivo de 0,2%. O resultado é pequeno e ainda insuficiente para melhorar a participação do setor industrial no Produto Interno Bruto (PIB). O indicador chegou a 21%, mas já foi de 26% em 2012. Apesar do resultado modesto, a indústria de transformação vem apresentando números mais sólidos e deve fechar o ano com alta de 1,1%, o percentual mais baixo em 65 anos.

Após três anos de resultados negativos, a indústria brasileira virou 2017 com crescimento positivo de 0,2%. O resultado é pequeno e ainda insuficiente para melhorar a participação do setor industrial no Produto Interno Bruto (PIB).
O indicador chegou a 21%, mas já foi de 26% em 2012. Apesar do resultado modesto, a indústria de transformação vem apresentando números mais sólidos e deve fechar o ano com alta de 1,1%, o percentual mais baixo em 65 anos.
Há situações mais preocupantes. Segundo a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o setor de manufatura, a parte mais nobre do segmento produtivo, vem perdendo participação no PIB ao longo dos últimos anos.
Sua participação desceu de 18% em 2004 para 9% em 2015. Em 2018, deve chegar a 11,1%, o percentual mais baixo em 65 anos.
Embora os números sejam modestos, 2018 deve apresentar um cenário de recuperação mais consistente, esperam entidades e empresários, com menor endividamento das famílias, aumento do crédito e, consequentemente, maior consumo e produção.
Segundo análise da Fiesp, a economia deve ganhar força também com as condições mais favoráveis do mercado externo, a melhora do emprego (2017 fechou com mais de 12 milhões de desempregados) e da massa salarial.
As previsões positivas, de acordo com a Fiesp, têm respaldo nos resultados da economia, que apresentou três trimestres seguidos de crescimento do PIB. “É um sinal evidente de recuperação, sustentada pelo consumo”, diz José Ricardo Roriz, diretor do departamento de Competitividade da Fiesp.
Roriz lembra ainda que a prioridade da indústria em 2018 é dinamizar o acesso ao crédito, porque as empresas enfrentam barreiras nessa área. Ele também reivindica taxas de juros mais competitivas que incentivem o investimento em geração de emprego.
“Hoje é melhor deixar o dinheiro no banco rendendo do que investir”, afirma Roriz.
Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a atividade econômica deve se intensificar ao longo de 2018, com menos oscilações e numa trajetória mais clara de crescimento.
“Neste cenário, estimamos um crescimento de 2,6% do PIB para o ano que vem, com participação não só do consumo, mas também do investimento”, disse a entidade, salientando que, “do lado da oferta, o crescimento será mais uniforme do que o observado em 2017, com a contribuição positiva da indústria, agropecuária e serviços”.
Deu no Correio Braziliense
Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista