Sem categoria 24/02/2017 10:03

O Baile de Máscaras do Atheneu perdeu o charme?

Por fatorrrh_6w8z3t

Pela primeira vez fui assistir ao Baile de Máscaras do Atheneu, agora sob o comando da Prefeitura de Natal.

Pela primeira vez fui assistir ontem ao Baile de Máscaras do Atheneu, agora sob o comando da Prefeitura de Natal.
Temendo uma multidão, pelo aparato promocional e histórico do evento, fui e voltei de táxi.
Confesso que tive surpresas boas e outra nem tanto.
E não há nada de saudosismo nisso.
Achei muito legal a parte inicial, quando grupos de música e de dança resgatavam as tradições do carnaval daqui, do Recife, do Rio de Janeiro.
Velhos sucessos, pastorinhas, frevos muito antigos.
Quase todas as bandas tocaram músicas de Dozinho, rei dos carnavais de outrora.
Bons músicos em todos eles.
Deu um clima de resgate.
Tinha a imagem do Baile de Máscaras mais magnética, mais Veneza, mais folia, animação, alegria.
Achei meio lento e sem sal.
Sem muita fantasias, máscaras elegantes, gente idem.
Achei que a concorrência de outros blocos, no mesmo local, disputando o mesmo folião, esvaziou um pouco o charme do baile de Máscaras.
A chuva também atrapalhou.
O público teve um mix entre os muito jovens e os mais experientes em muitos carnavais.
Vi famílias inteiras e várias com crianças.
O enorme número de vendedores ambulantes deu a impressão que há empresas bem organizadas por trás da impressionante quantidade de carrinhos, vendedores de todo tipo de produtos.
O churrasquinho no meio da rua assando as narinas era o local preferido da maioria dos foliões.
Os bares e ambulantes foram obrigados, por força do patrocínio, a vender um só tipo de cerveja, por exemplo.
Quem desejasse consumir outro tipo teria que fazer de forma clandestina, num copo de plástico para não aparecer a marca do produto.
Mesmo assim, quando você passava, os vendedores ofereciam todo tipo de cerveja.
Os comerciantes do local estão meio atordoados com a concorrência e a melhor forma de atrair o consumidor.
Havia uns que cobravam a entrada, mesas e cadeiras tinham preços, outros simplesmente fecharam as portas com geladeiras e freezeres.
Argumentaram que o público em excesso, caso o acesso fosse totalmente livre, deixa banheiros e sanitários em petição de miséria.
 
O consumidor pedia para consumir do lado de fora, em pé.
Há, evidentemente, um pouco de política  por parte da Prefeitura. Isso é até natural.
O entusiasmo cívico do locutor – o eterno Batista da Fonseca – com os gestores do município ficou evidente.
Vi carros da polícia nos arredores do evento e não assisti nenhuma confusão.
Enquanto estive lá foi tudo em paz.
Não vi banheiros públicos no local.
Provavelmente não passei por onde estavam instalados.
Enfim, sem o charme que eu imaginei, sem a frequência que desconfiei, sem o tipo de público que acostumei a ver nas imagens de jornais e tvs.
O local é bom, acesso fácil, ruas largas na chegada e na saída. Um bom número de táxis a uma quadra do local.
Precisa melhorar, quem sabe, para recuperar o mesmo encanto e sedução que tinha antigamente.

Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista