Sem categoria 22/12/2016 11:03

Odebrecht pagou 1 bilhão de dólares em propinas em 12 países

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos informou que a Odebrecht e a Braskem pagaram mais de 1 bilhão de dólares em propina em mais de 100 projetos conduzidos em doze países.
A cifra consta de um documento divulgado nesta quarta-feira pela órgão americano, que assinou acordos de leniência com as duas empresas numa negociação que também envolveu as procuradorias do Brasil e da Suíça.
Pelos acordos, as companhias admitiram ter participado de esquemas de corrupção ao redor mundo e se comprometeram a pagar 3,5 bilhões de dólares aos três países. Com isso, elas se livram de ações judiciais em curso ou que podem vir a ser abertas no futuro.
Além do Brasil, a Odebrecht pagou vantagens ilícitas em empreendimentos de Angola, Argentina, Colômbia, República Dominicana, Equador, Guatemala, México, Moçambique, Panamá, Peru e Venezuela (confira o gráfico abaixo).
Os pagamentos teriam sido feitos entre 2001 e 2016. De acordo com o documento, a empreiteira desembolsou a título de propina 439 milhões de dólares no exterior e 349 milhões de dólares no Brasil. Como contrapartida, a companhia teria sido beneficiada com contratos de 3,3 bilhões de dólares como “resultado dos esquemas de corrupção”.
A Braskem, que é controlada pela Odebrecht em parceria com a Petrobras, admitiu ter desembolsado sozinha cerca de 250 milhões de dólares em dinheiro sujo.
Os pagamentos usados para corromper autoridades brasileiras e estrangeiras eram feitos por meio do Departamento de Operações Estruturadas da Odebrecht, setor que a Operação Lava  Jato concluiu ter sido criado para distribuir dinheiro sujo a mando das empresas que formam o conglomerado.
De acordo com o órgão americano, os recursos que passavam pelo setor de Operações Estruturadas eram pulverizados para uma série de offshores com o intuito de dificultar o rastreamento do fundo original dos montantes e os destinatários finais da propina.
“A Odebrecht e seus co-conspiradores fundaram e criaram uma estrutura secreta financeira que operou para contabilizar e desembolsar pagamentos de propina em benefício de políticos, partidos e candidatos”, diz o texto.
Dos cerca de 250 milhões de dólares em propina pagos pela Braskem, aproximadamente 75 milhões de dólares que transitaram pela central de propina foram usados para corromper agentes e garantir benefícios de pelo menos 289 milhões de dólares à subsidiária da Odebrecht.
No caso da petroquímica, as autoridades americanas detalham, por exemplo, que parte do dinheiro foi desembolsada como propina para alterar a fórmula de cálculo do preço de nafta, composto proveniente do petróleo utilizado como matéria-prima do setor.
Deu em Veja

Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista