Sem categoria 24/02/2014 09:54

Vereador do PT culpa PMDB pelo isolamento

Por fatorrrh_6w8z3t

Deu no Portalnoar
Por Leonardo Dantas
O PMDB tem parcela de culpa no isolamento político do PT, no Rio Grande do Norte. A constatação é do vereador Hugo Manso, que faz parte da legenda petista no RN. Ele afirmou que a posição política pmdebista em 2010, ao dividir palanque com o DEM, causou um afastamento entre as legendas aliadas no âmbito nacional.
“O PMDB apoio Rosalba, pelo menos em parte quando Garibaldi subiu no palanque com ela. Fez parte dos três primeiros anos de governo, deixando a base aliada recentemente. Não tinha como manter uma aproximação desta forma, por mais que em nível nacional o PT visse Henrique como aliado. O PT vive uma situação híbrida no RN e isso gera um certo isolamento”, comentou o vereador.
Hugo cita ainda outra situação na política nacional que influenciou nos rumos do PT potiguar, ao citar o rompimento do PSB com a base da presidente Dilma Rousseff, com objetivo de apoiar o nome de Eduardo Campos [governador de Pernambuco] à Presidência da República.
“A realidade nacional e estadual causou efeitos em decisões locais. O partido apenas tomou decisões e com orientação da executiva nacional. Acredito que tem muita coisa para ser decidida, outras já encaminhadas”, disse Hugo, referindo-se ao nome da deputada Federal, Fátima Bezerra para uma vaga no Senado pelo PT.
Observação do Fator RRH:
Vou discordar do vereador Hugo Manso nesta avaliação.
A eleição de 2010, quando parte do PMDB apoiou a candidatura de Rosalba Ciarlini ao Governo, não trouxe nenhum problema para o PT. Tanto é que o Senador Garibaldi Filho, do PMDB que apoiou Rosalba, virou Ministro do Governo do PT logo em seguida. Dilma nem ligou para o apoio ao DEM;
Experiente, o vereador sabe que cada eleição tem sua história, suas variáveis, seus erros e acertos. E que a aliança regional de 2010 não é problema para uma aliança em 2014. Nem nacional e nem regional.
O PMDB é o mesmo que apoiou Fátima Bezerra para Prefeita de Natal em 2008.
Nesta eleição de 2014 não seria difícil uma aliança entre o PT e o PMDB, repetindo aqui a afinação no plano nacional, com a repetição da chapa Dilma-Temer.
O que aconteceu é que o PT cometeu erros em série, ao ponto de ficar isolado nas articulações. E agora quer recompor o tempo perdido, buscando culpados.
Logo no início do processo, o PT cantou que a aliança nacional seria repetida aqui, quase como uma imposição. Que Lula, o PT nacional e Rui Falcão determinariam com quem o PMDB ou a base aliada deveria se compor nos Estados.
O PT sabia que não seria a vontade imperial de ninguém a impor aliados. A força dos interesses regionais sempre predomina na busca da sobrevivência política. Repetir a aliança nacional era uma hipótese. E apenas uma hipótese. Jamais a única, como o PT propagou.
Além de cantar que haveria uma “verticalização” das vontades nacionais, o PT também partiu com um projeto pronto e acabado, sem sequer conversar com ninguém. Tão confiante estava que iria prevalecer a vontade imperial de Rui Falcão que saiu com o nome “inegociável ” da deputada Fátima Bezerra para o Senado. Fechando questão num dos cargos em disputa. Definiu primeiro o cargo que queria, sem saber se teria ou não aliados para a aventura eleitoral.
Depois foi um rosário de bobagens.
Não queria Wilma no palanque por que o PSB teria um candidato a Presidente da República. Não aceitava o DEM em hipótese nenhuma. Muito menos o PSDB. Que o palanque de Dilma seria somente aquele onde o PT estivesse, selecionando até o eleitor da Presidente.
E foi excluindo, excluindo.
Sem ligar que os outros também estavam jogando, ouvindo, conversando, convergindo. Enquanto o PT, com um projeto majoritário, ia gritando xô.
Ao perceber que a estratégia havia furado, buscou abrir conversas com outros partidos. O que deveria ter feito lá atrás. Era tarde.
Estava numa imensa solidão.
Encontrou algum eco no PSD do Vice Governador Robinson Faria, que também havia decolado no voo solo da candidatura ao Governo. O PSD, pelo menos, anunciou que se se sentisse isolado, teria um plano B. O PT nem isso.
É claro que ainda há tempo para abrir conversas. É da natureza da política.
Mas o PT precisa reconhecer que vem errando também, meu caro Hugo Manso.

Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista