Brasil 18/11/2025 07:21
1º lançamento orbital comercial do Brasil acontece no sábado. Como é o programa espacial brasileiro?

Muito em breve, o programa aeroespacial brasileiro viverá um marco importante: o primeiro lançamento orbital comercial feito do nosso território, que acontece neste sábado (22).
A missão, batizada Operação Spaceward, é conduzida pela FAB (Força Aérea Brasileira) em parceria com a AEB (Agência Espacial Brasileira).
O lançamento está previsto para as 15h (horário de Brasília), quando o foguete sul-coreano HANBIT-Nano, da empresa Innospace, partirá do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão.
O veículo espacial levará 18 kg de cargas úteis, sendo sete volumes brasileiros e um estrangeiro. Três dessas cargas representam projetos apoiados pela AEB.
A missão faz parte do Programa Espacial Brasileiro, voltado à pesquisa e desenvolvimento das tecnologias de veículos lançadores, de produção de satélites e da exploração espacial no Brasil. Entenda abaixo como esse programa funciona, e conheça quais os seus principais satélites e missões.
O programa espacial nacional é coordenado pela Agência Espacial Brasileira, órgão vinculado ao MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação).
Criada em 10 de fevereiro de 1994, através da Lei nº 8.854, a AEB é o órgão central do SINDAE (Sistema Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais), também composto por outros órgãos, como o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e o DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial).
Entre os principais centros espaciais brasileiros estão as bases do Inpe, localizadas em Cuiabá (MT) e São José dos Campos (SP), além do Centro Espacial de Alcântara (MA) e o Centro de Operações Espaciais (COPE), em Brasília (DF).
Marco Antonio Chamon, presidente da AEB, explica que a infraestrutura espacial do país tem foco em aspectos como o monitoramento da Amazônia, de desastres naturais, agricultura e incêndios florestais. Chamon acrescentou que a agência tem a intenção de liderar a atividade espacial em toda a América do Sul.
“Temos uma boa vantagem nisso. Os dois principais programas, em termos de desenvolvimento, na América do Sul, estão no Brasil e na Argentina, onde estão nossos inimigos no futebol”, destacou, durante a 36ª edição do Encontro Internacional de Astronautas, evento internacional que aconteceu pela primeira vez no Brasil, entre 3 e 7 de novembro, em Mogi das Cruzes (SP).
Chamon ressaltou em seguida a importância de dois satélites feitos 100% no Brasil: Amazonia-1, lançado em 2021, e o Satélite de Coleta de Dados 1 (SCD-1), de 1993.
O primeiro observa a Terra e coleta dados para as políticas ambientais e de desenvolvimento sustentável, enquanto o segundo marcou o início da operação do Sistema de Coleta de Dados Brasileiro, que consiste em uma rede de satélites em órbita baixa que retransmitem a um centro de missão os dados ambientais recebidos de um grande número de plataformas de coleta espalhadas pelo território nacional.
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Outro programa destacado por Chamon é o CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres), uma cooperação tecnológica entre o Brasil e a China que coloca em órbita satélites de sensoriamento remoto, cujos dados são úteis em diversos setores como agricultura, ambiente, recursos hidrológicos e oceânicos, florestas, geologia, etc.
Vale destacar ainda que a operação Spaceward, que será lançada ainda esta semana, contém vários instrumentos espaciais brasileiros promissores.
Entre eles, estão os satélites FloripaSat-2A e FloripaSat-2B , da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). Ambos fazem parte da plataforma FloripaSat-2, que busca validar em órbita tecnologias de comunicação, energia e controle criadas no SpaceLab/UFSC.
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Outra carga importante da missão é o Sistema de Navegação Inercial (SNI-GNSS), desenvolvido por um consórcio formado pelas empresas Concert Space, Cron e Horuseye Tech.
O sistema será testado em voo para validar o desempenho de sensores e algoritmos de navegação capazes de determinar, com precisão, a posição, velocidade e altitude de foguetes e veículos espaciais. A tecnologia também pode ser usada em drones, veículos terrestres, embarcações e dispositivos de IoT (sigla em inglês para Internet das Coisas).
Por sua vez, a missão traz também dois satélites desenvolvidos pela UFMA (Universidade Federal do Maranhão): o PION-BR2 – Cientistas de Alcântara, que levará mensagens de estudantes da rede pública de Alcântara ao espaço e permitirá testes de módulos nacionais de comunicação, energia e computadores de bordo; e o Jussara-K, satélite voltado à coleta e transmissão de dados ambientais em regiões remotas.
Haverá ainda dois equipamentos voltados à qualificação tecnológica de componentes eletrônicos em ambiente espacial, desenvolvidos pela empresa Castro Leite Consultoria. Estes são o Sistema de Navegação Inercial PINA-FD e o Sistema de Radiofrequência Sputnik.
A jornada espacial mais icônica para o Brasil continua sendo a Missão Centenário, que levou em 2006 o primeiro astronauta brasileiro ao espaço: o atual senador Marcos Pontes.
Acompanhado do russo Pavel Vinogradov e do norte-americano Jeffrey Williams, Pontes decolou da base de Baikonur, no Cazaquistão, a bordo da nave russa Soyuz-TMA 8, com destino à ISS (Estação Espacial Internacional).
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Em entrevista à GALILEU, Pontes afirma se lembrar plenamente do dia em que foi acionado para a missão pelo então comandante da ISS. Na ocasião, Pontes estava trabalhando no escritório na Nasa no Johnson Space Center em Houston, no Texas (EUA), quando seu telefone tocou.
Ele ficou surpreso com o convite, já que na época os voos espaciais estavam congelados devido ao acidente do ônibus espacial Columbia, que matou 7 astronautas em 2003. Mas, Pontes iria voar em nave russa e não americana. “Eu sabia tudo do nosso lado, do ônibus espacial e da estação espacial. Minha função é a manutenção desses sistemas. De repente, eu tinha que aprender o lado russo”, recorda.
Em um intervalo de 5 meses, o brasileiro aprendeu a se comunicar em russo, entender checklists na língua estrangeira, assim como os manuais, painéis e tudo mais que envolvia a missão espacial.
“Na vida da gente é assim mesmo. Quando você está chegando perto do seu objetivo, é quando você tem os maiores desafios. E foi assim que eu assumi isso”, lembra Pontes, que passou oito dias a bordo da ISS.
Ao chegar ao espaço, o astronauta lembra de olhar para a Terra e enxergar uma bola azul gigante. A visão fez com que ele se lembrasse dos olhos azuis da mãe, Zuleika Pontes, que o incentivou a perseguir seus sonhos, apesar da origem humilde.
Por enquanto, a AEB ainda não tem planos para um segundo astronauta profissional brasileiro no espaço. Mas Marcos Pontes já não é mais o único a experimentar a sensação de entrar em órbita.
Em 2022, o engenheiro mineiro Victor Hespanha se tornou o primeiro brasileiro a viajar como turista espacial, a bordo de um voo da Blue Origin, empresa do bilionário Jeff Bezos. É possível que, nos próximos anos, com o aumento das possibilidades do turismo espacial, mais brasileiros façam crescer esse número.
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A agência espacial pretende continuar suas missões do programa CBERS em parceria com a China, que levarão ao espaço os satélites CBERS-6 e CBERS-5.
Outra meta da agência é lançar as duas missões do Satélite Argentino-Brasileiro de Informações Ambientais (SABIA-Mar-1 e SABIA-Mar-2), cujo objetivo é fazer o sensoriamento remoto de sistemas aquáticos oceânicos e costeiros. O primeiro lançamento está previsto para 2026.
Também no ano que vem, o Brasil pretende lançar dois equipamentos em parceria com a Agência Espacial Alemã (DLR): o foguete de propelente sólido VLM-1, voltado à decolagem de microssatélites; e o veículo suborbital VS-50, projetado para lançar cargas úteis de até 500 kg.
Deu em Galileu
Descrição Jornalista
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