Indústria 01/08/2025 10:05

Setores da indústria com maior impacto diante da taxação dos EUA reúnem-se na FIERN

Na manhã desta quinta-feira (31), o presidente da FIERN, Roberto Serquiz, se reuniu com lideranças dos setores de sal, pescado, balas e pirulitos, e materiais recicláveis, que estão entre os mais impactados pela definição pelos Estados Unidos da tarifa adicional de 50% sobre as importações brasileiras.

O presidente do Sindicato da Indústria de Pesca do Estado do Rio Grande do Norte (Sindipesca-RN), Arimar França Filho, informou que 80% das exportações de pescado do Estado são destinadas aos Estados Unidos.

“Estamos tentando mitigar, pedindo a isenção total do nosso óleo diesel. Mas o mais importante para a pesca, caso se mantenha o aumento tarifário de 50%, seria a abertura do Mercado Comum Europeu”, defendeu Arimar França.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Extração de Sal do RN (SIESAL-RN), Airton Torres, informou que, com o aumento tarifário no percentual oficializado, não haverá viabilidade para exportar aos Estados Unidos.

Isso representa um volume próximo de 550 mil toneladas por ano.

“Isso coloca em risco empregos, arrecadação de impostos para o Estado e a manutenção de um mercado”, alertou. Ele explicou que estão sendo discutidas alternativas, como a busca por mercados na Europa, embora importadores desse continente também cogitem taxações.

“Acreditamos sempre que essa situação seja revertida. Para nós, do mercado de materiais recicláveis, essa taxação de 50% inviabiliza qualquer operação voltada ao mercado dos EUA. Nosso produto é de baixo valor agregado e, com esse percentual aplicado, fica totalmente fora do mercado”, salientou Etelvino Patrício, presidente do Sindicato das Indústrias de Reciclagem e Descartáveis do RN (SindRecicla-RN) e segundo-secretário da FIERN.

O empresário Luiz Eduardo Gadelha, que atua no setor de balas, caramelos e pirulitos, também participou da reunião desta quinta-feira com o presidente da FIERN e da entrevista à imprensa, repercutindo os impactos do aumento das tarifas na economia potiguar, especificamente para o setor de exportação de alimentos.

No setor dele, 70% das exportações têm os EUA como destino.

“Desde o primeiro momento, a Federação das Indústrias do RN reuniu os exportadores potiguares e mantém interlocução permanente com esses empresários e com a Confederação Nacional da Indústria, mostrando as implicações para o Estado e procurando soluções e alternativas”, disse o presidente da FIERN, Roberto Serquiz.

Decisão dos EUA foi assinada ontem

A ordem executiva que oficializou o aumento foi assinada pelo presidente dos Estados Unidos na quarta-feira (30).

“O presidente Donald J. Trump assinou uma Ordem Executiva implementando uma tarifa adicional de 40% sobre o Brasil, elevando o valor total da tarifa para 50%, para lidar com políticas, práticas e ações recentes do governo brasileiro que constituem uma ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos Estados Unidos”, diz o comunicado da Casa Branca.

A Ordem Executiva eleva a tarifa de importação de produtos brasileiros para 50% e estabelece cerca de 700 exceções. Segundo o documento, as taxas entram em vigor em sete dias, ou seja, em 6 de agosto. Mercadorias já em trânsito para os Estados Unidos também ficarão isentas da nova taxação.

Deu no Portal da Fiern

Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista