Juliana Garcia dos Santos Soares, de 35 anos, deu uma entrevista em que descreve como foi a audiência de custódia que manteve Igor Eduardo Cabral, seu ex-namorado, preso.

Segundo ela, a brutalidade das imagens foi tamanha que nem a juíza da audiência de custódia “teve estômago” para assistir ao vídeo completo, que está circulando nas redes sociais.

A afirmação foi feita em entrevista à TV Record.

Juliana recebeu 61 socos do ex, que é ex-jogador de basquete. Ela contou que os sinais de violência já existiam na relação dos dois, e que vinha sofrendo principalmente com agressões psicológicas. Mas não esperava que fosse chegar “a esse ponto”.

“Ele já havia me empurrado antes, já havia cometido muita violência psicológica, isso era muito constante. Em rede social, ele já chegou a me expor e a falar exatamente o contrário do que era. Ele me culpava pelas coisas que ele fazia e me tratava de uma maneira muito rude na frente de todo mundo. Isso nunca foi um segredo. Mas eu não pensava que isso poderia acontecer, um atentado contra a minha vida”, disse.

A mulher classifica que foi vítima de uma tentativa de homicídio. Juliana detalhou ainda que Igor perdeu o controle ao ver que ela havia recebido uma mensagem no celular. Os dois acabaram subindo por elevadores diferentes, mas, ao se encontrarem no andar do apartamento, ele começou a agredi-la.

A agressão

O caso ocorreu no último sábado, 26, e foi registrada por câmeras de segurança. Igor parte para cima da vítima e dá 61 socos nela, dentro do elevador. O porteiro, ao visualizar a cena, acionou a Polícia Militar. Moradores conseguiram conter o agressor no térreo até a chegada dos policiais.

Ao Terra, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte informou que o agressor passou por audiência de custódia no fim de semana e teve a prisão preventiva decretada. O caso está sob segredo de justiça para preservar a identidade da vítima. Juliana foi atendida no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel e precisará de uma cirurgia para reconstrução facial, devido a uma fratura no maxilar.

A vítima contou que nunca tinha solicitado medida protetiva contra Igor, mas, quando preencheu o Formulário Nacional de Avaliação de Risco junto à delegada, informou que foi agredida com um empurrão e que, em outras ocasiões, ela realmente conversava com ele sobre a possibilidade de tirar a própria vida.

“O grau de violência psicológica que ela estava sofrendo realmente era muito grande”, declarou Victoria.

Em depoimento à Polícia Civil, Cabral afirmou que foi buscar seus pertences na residência da vítima após suspeitar de uma infidelidade. Segundo sua versão, teria perdido o controle quando ela se negou a abrir a porta. A vítima, porém, contesta essa narrativa e atribui o ataque a um acesso de ciúmes.

Em nota ao Terra, a defesa de Igor Cabral afirmou que lamenta o ocorrido e reiterou que a Justiça já está atuando. “O investigado se colocou à disposição da Justiça para prestar todos os esclarecimentos necessários. A defesa acompanha o caso com responsabilidade e confia no devido processo legal para o esclarecimento dos fatos”.

Violência contra a mulher é crime, com pena de prisão prevista em lei. Ao presenciar qualquer episódio de agressão contra mulheres, denuncie. Você pode fazer isso por telefone (ligando 190 ou 180). Também pode procurar uma delegacia, normal ou especializada.

Deu no Portal Terra