Guerras 22/06/2025 04:30
Ataques futuros serão muito maiores se Irã não fizer a paz’, diz Trump em pronunciamento
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na noite deste sábado, 21, que os ataques ao Irã podem se tornar ainda mais intensos caso o país decida retaliar, e pressionou por paz no Oriente Médio.
Em pronunciamento, o mandatário americano detalhou os bombardeios a três instalações nucleares iranianas.
“A Força Militar dos Estados Unidos fez um ataque preciso em três instalações nucleares centrais no regime iraniano, Fordow, Natanz e Isfahan. Todos ouviram esses nomes por anos, enquanto eles construíam esse empreendimento destrutivo terrível”, disse ele.
Segundo Trump, seu objetivo foi a destruição da “capacidade de enriquecimento nuclear do Irã” e parar com a ameaça nuclear “dada pelo estado número um que patrocina o terror no mundo”. “Hoje à noite eu posso dizer que nós fizemos ataques espetaculares”, acrescentou durante seu pronunciamento.
O presidente afirmou que as capacidades nucleares do Irã foram completamente “e totalmente obliteradas” e criticou décadas de política iraniana.
“O Irã, o agressor do Oriente Médio, agora deve fazer paz e isso será muito mais fácil. Nos últimos 40 anos o Irã tem dito: ‘Morte à América, morte à Israel’. Eles têm assassinado nosso povo, explodindo nossas armas, atacando pessoas com armas. Nós perdemos mais de mil pessoas, e centenas de milhares morreram no Oriente Médio. E em todo o mundo, como resultado de seu ódio em especial, muitos foram assassinados pelo general Qassem Soleimani”, afirmou o republicano.
O mandatário norte-americano ainda agradeceu o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, destacando que ambos trabalharam em conjunto. Trump também fez um agradecimento às forças militares israelenses e americanas pelo trabalho realizado.
“Eu espero que não precisemos mais usar mais esses serviços nesse nível. Isso não pode continuar. Haverá paz ou uma tragédia ainda maior para o Irã, maior do que vimos nos últimos oito dias. Há muitos alvos ainda no local. Esta noite foi a mais difícil de todas e talvez a mais letal. Mas se a paz não vier rapidamente, nós iremos atrás desses outros alvos com precisão, velocidade e capacidade. Muitos deles podem ser destruídos em questão de minutos. Não há força militar no mundo que possa fazer isso. E nós fizemos isso essa noite. Nunca uma força militar poderia fazer o que fizemos pouco tempo atrás”, disse o presidente.
A reação do Irã
Agora a guerra começou para nós. E mate-os onde quer que você os encontre…”. Assim se pronunciou a Guarda Revolucionária Iraniana por volta de 23h10 — mesmo horário em que Donald Trump discursava sobre a operação militar.
Pouco antes, um comentarista da televisão estatal iraniana afirmou que “todo cidadão americano ou militar na região é agora um alvo legítimo”. O comentarista também deixou um aviso a Donald Trump: “Você começou. Nós vamos terminar”.
Já a agência de notícias estatal iraniana IRNA citou que um oficial do Irã informou que “não havia materiais nesses três locais nucleares que causem radiação”. O comentário sugere que as autoridades iranianas podem ter removido o urânio enriquecido das instalações antes dos bombardeios.
Exposição ao risco
De acordo com o New York Times, mais de 40.000 soldados e civis ativos dos EUA trabalham para o Pentágono no Oriente Médio, espalhados por diversos países da região, juntamente com bilhões de dólares em armamentos e equipamentos militares.
Milhares dessas tropas americanas podem estar na linha de fogo direta do Irã — seja por meio de mísseis, drones ou ataques de grupos aliados aos iranianos, que atuam em vários dos mesmos países onde as forças dos EUA estão posicionadas.
“Para acalmar a situação o máximo possível, Trump deveria realocar urgentemente o maior número possível de tropas americanas estacionadas na região para áreas seguras, antes que o Irã possa retaliar”, afirmou ao NYT Rosemary Kelanic, diretora do programa do Oriente Médio da Defense Priorities, um think tank que defende uma política externa moderada.
O deputado Hakeem Jeffries, de Nova York, líder democrata na Câmara, opôs-se à ação do presidente, afirmando: “O presidente Trump enganou o país sobre suas intenções, não buscou autorização do Congresso para o uso da força militar e corre o risco de envolver os Estados Unidos em uma guerra potencialmente desastrosa no Oriente Médio”.
O parlamentar solicitou uma reunião informativa confidencial imediata do Congresso e afirmou que o presidente “assume total e completa responsabilidade por quaisquer consequências adversas decorrentes de sua ação militar unilateral”.
O anúncio de Trump
Trump anunciou que a potência norte-americana entrou no meio da guerra entre Irã e Israel em publicação no seu perfil na rede social Truth Social, às 20h50.
Conforme o republicano descreveu, foram três locais atingidos nesta noite, sendo dois os principais centros de enriquecimento de urânio do Irã. No caso, a instalação subterrânea de Fordow e a usina de enriquecimento maior em Natanz, que foi atacada por Israel há alguns dias.
Já o terceiro local fica perto da cidade antiga de Isfahan. Acredita-se que o Irã guarda seu urânio enriquecido próximo ao grau de bomba nesse local.
“Todos os aviões estão em segurança a caminho de casa. Parabéns aos nossos grandes guerreiros americanos. Não há outro exército no mundo que pudesse ter feito isso. Agora é a hora da paz! Obrigado pela atenção a este assunto”, disse Trump.
“Este é um momento histórico para os Estados Unidos da América, Israel e o mundo. O Irã deve agora concordar em acabar com esta guerra”, complementou o presidente dos Estados Unidos.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, também se pronunciou nas redes sociais e agradeceu a Trump. Para Netanyahu, essa “decisão ousada” irá “mudar a história”.
“O presidente Trump e eu costumamos dizer: ‘Paz através da força’. Primeiro vem a força, depois vem a paz. E esta noite, o presidente Trump e os Estados Unidos agiram com muita força”, disse, em outro trecho.
Na visão de Netanyahu, a liderança de Trump “criou hoje um pivô da história que pode ajudar a levar o Oriente Médio e além a um futuro de prosperidade e paz”.
Deu em Portal Terra
Descrição Jornalista
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