Comportamento 14/06/2025 07:07
Estar apaixonado muda a química do seu cérebro; entenda como
“O amor acontece menos no coração e mais no cérebro”, explica Leiszle Rae Lapping-Carr, psicóloga com especialização em sexo e relacionamentos, no portal da universidade Northwestern Medicine. Quando estamos apaixonados, neurotransmissores como dopamina, serotonina e ocitocina entram em ação, promovendo sensações de prazer, satisfação e apego.
Essas substâncias ativam o chamado sistema mesolímbico, relacionado à motivação e recompensas.
“À medida que você se envolve com algo que traz prazer, o cérebro entende que é algo a ser repetido”, diz Lapping-Carr. Por isso, o desejo de estar com a pessoa amada se intensifica, já que o cérebro literalmente quer mais daquilo que o faz se sentir bem.
O amor, segundo a psicóloga, pode incluir componentes como atração, desejo sexual e apego. Eles podem se manifestar em diferentes ordens, mas todos têm efeitos na nossa percepção e comportamento.
Por outro lado, o amor também desencadeia respostas semelhantes ao estresse. Estudos citados por Richard Schwartz e Jacqueline Olds, psiquiatras de Escola de Medicina de Harvard, mostram que apaixonar-se provoca uma cascata neuroquímica: os níveis de cortisol aumentam, assim como os de testosterona e a atividade nos centros de recompensa dopaminérgicos.
“Conquistar alguém é um jogo de alto risco”, diz Schwartz. Essa turbulência bioquímica, no entanto, tende a se estabilizar com o tempo. Após algumas semanas ou meses, os níveis de cortisol e serotonina voltam ao normal. O que permanece são os efeitos positivos: ocitocina e vasopressina, neurotransmissores ligados ao vínculo afetivo, aumentam, ajudando a manter relacionamentos duradouros.
A química cerebral não atua apenas na paixão. A perda amorosa também tem impactos físicos. Estudos revelam que o sofrimento emocional pela perda de um parceiro ativa as mesmas áreas cerebrais associadas à dor física.
Em casos extremos, pode desencadear a chamada síndrome do coração partido, uma disfunção temporária do coração causada por estresse emocional intenso, como a morte de alguém amado.
Esse fenômeno, também conhecido como síndrome de Takotsubo, mostra como o cérebro e o coração estão intimamente conectados: a liberação repentina de hormônios do estresse pode afetar o músculo cardíaco, causando sintomas semelhantes a um infarto. Felizmente, é uma condição reversível.
Românticos ou não, vínculos são fundamentais para a saúde, e afetam a longevidade. “Ser ligado a pelo menos uma outra pessoa de forma segura é a base do bem-estar”, afirma em comunicado Robert Waldinger, professor de psiquiatria na Escola de Medicina de Harvard.
Deu em Galileu
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