Internet 12/06/2025 11:58
Google fecha parceria com PM de SP para travar celulares roubados à distância
O Google anunciou uma iniciativa inédita no Brasil: uma parceria com a Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP) para permitir que celulares Android roubados ou furtados possam ser travados remotamente com o apoio direto dos policiais.
O objetivo da ação é dificultar o uso indevido dos aparelhos e reforçar a segurança digital das vítimas de crimes urbanos. A novidade foi revelada durante o evento Google For Brasil 2025, realizado nesta terça-feira (10) na cidade de São Paulo.
A nova funcionalidade de travar celulares roubados à distância marca uma virada importante nas políticas de proteção de dados móveis no país, especialmente num cenário de crescente número de roubos de smartphones nas grandes capitais.
A partir da nova parceria entre o Google e a PM de SP, qualquer pessoa que tiver seu celular Android roubado ou furtado poderá pedir ajuda a um policial militar para ativar o bloqueio remoto da tela do aparelho. Basta informar o número de telefone associado ao dispositivo, que o agente autorizado poderá usar essa informação para iniciar o bloqueio imediato.
A tecnologia se baseia no Bloqueio Remoto, recurso lançado pelo Google em 2024, que permite ao próprio usuário ou, agora, à PM, travar a tela do aparelho remotamente, mesmo sem acesso físico ao dispositivo. O procedimento é simples, mas eficaz: o celular permanece bloqueado até que o dono insira sua senha, PIN ou padrão.
Contudo, para que o recurso funcione, é necessário que:
Para operacionalizar a ação, os policiais militares passarão a utilizar o aplicativo Google Localizador (Find My Device), já instalado e configurado nos smartphones corporativos da PM de São Paulo. Esses aparelhos são gerenciados por meio do sistema Android Enterprise, que garante controle administrativo e segurança institucional.
Esse modelo de gestão permite que os agentes de segurança pública tenham acesso controlado a funcionalidades específicas dos aplicativos, sem comprometer a integridade das informações do usuário. O uso do Google Localizador será restrito a ações emergenciais, como apoio a vítimas de roubo ou furto.
Além da parceria com a PM de SP, o Google também revelou outra medida de segurança significativa: todos os novos celulares Android vendidos no Brasil virão com o Bloqueio Remoto e o Bloqueio de Detecção de Roubo ativados por padrão a partir do segundo semestre de 2025.
O Brasil será o primeiro país a receber essa configuração de fábrica, sem depender da iniciativa do usuário para ativar tais recursos. A decisão reflete a preocupação da empresa com o alto índice de roubos de celulares e a baixa adesão espontânea dos usuários às ferramentas de proteção.
Segundo representantes do Google, muitos usuários só se davam conta da existência dos recursos de segurança após passarem por alguma ocorrência criminal. Com a ativação automática, essa barreira desaparece.
O Bloqueio de Detecção de Roubo é um sistema inteligente que utiliza sensores e algoritmos para identificar comportamentos suspeitos, como quando alguém arranca o celular da mão do usuário e sai correndo. Nesses casos, o Android bloqueia automaticamente a tela, impedindo o acesso ao conteúdo do aparelho.
Esse tipo de funcionalidade torna o celular um alvo menos atrativo para criminosos, já que o tempo de uso indevido é drasticamente reduzido. Além disso, o bloqueio automático dificulta o acesso a aplicativos bancários, redes sociais, fotos e dados pessoais sensíveis.
A medida do Google ocorre num contexto de alta preocupação com a segurança digital e física dos usuários brasileiros. Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que o Brasil registrou mais de 1 milhão de roubos de celulares por ano, com destaque para os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia.
Só na cidade de São Paulo, foram mais de 35 mil celulares roubados ou furtados em 2024, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública. Isso representa uma média superior a 90 casos por dia.
Além do prejuízo financeiro, o roubo de celulares compromete informações pessoais, documentos digitais, contas bancárias, senhas e até dados biométricos. Por isso, travar celulares roubados à distância tornou-se uma demanda urgente entre usuários e especialistas em cibersegurança.
O Android oferece uma série de recursos nativos para auxiliar o usuário em casos de perda, roubo ou furto do celular. Entre os principais, destacam-se:
Permite travar a tela do celular mesmo à distância, acessando o site ou app do Google Localizador.
Possibilita a exclusão completa de dados no aparelho, impedindo acesso a informações sensíveis.
Mostra a última localização conhecida do celular, com atualização via GPS e redes móveis.
Notificações em tempo real caso alguém tente acessar ou redefinir a conta Google vinculada ao aparelho.
Complementa a segurança física com impressão digital ou reconhecimento facial.
Caso seu aparelho não esteja com as novas configurações padrão, é possível ativar manualmente os recursos de segurança. Veja como:
É recomendável também manter os dados móveis e o GPS sempre ativados, mesmo que em segundo plano, para garantir que o aparelho possa ser localizado ou travado em qualquer situação.
Especialistas em cibersegurança e direitos digitais consideraram a parceria do Google com a PM de SP uma estratégia positiva para enfrentar o problema dos roubos de celulares. No entanto, alertam para algumas limitações técnicas e legais.
Entre as principais preocupações estão:
Mesmo com essas ressalvas, a expectativa é que a iniciativa contribua para reduzir os índices de roubo e furto, além de inibir o comércio ilegal de aparelhos e peças.
A parceria entre o Google e a PM de São Paulo para travar celulares roubados à distância representa um avanço relevante no combate ao crime urbano. Ao integrar tecnologia e ação policial de forma direta, a medida cria um modelo de proteção que pode ser expandido para outros estados e países no futuro.
Além disso, a ativação padrão de recursos de segurança nos Androids vendidos no Brasil coloca o país como laboratório global de medidas preventivas no setor de tecnologia móvel.
Essa união de esforços entre empresa privada e forças de segurança pública evidencia que a proteção digital não depende apenas do usuário final, mas também de políticas públicas e soluções tecnológicas proativas.
Deu em CPG
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