Alimentos 10/06/2025 12:26

Para maiores de 50 anos: 3 fontes de proteína de alta qualidade e fáceis de incorporar à dieta

Em uma era em que se fala mais em macronutrientes do que em receitas, as proteínas se tornaram as protagonistas indiscutíveis da nova linguagem alimentar. Longe de serem apenas um combustível para atletas, elas desempenham um papel estrutural, metabólico e funcional fundamental em todas as fases da vida.

Evidências corroboram essa afirmação: a Organização Mundial da Saúde e a FAO concordam que uma dieta com proteína de alto valor biológico suficiente é essencial para prevenir a perda de massa muscular, especialmente em idosos e pessoas com doenças crônicas.

O fato não é insignificante: mais de 10% da população mundial tem ingestão insuficiente de proteínas, de acordo com estimativas do Relatório Global de Nutrição de 2021. Daí o aumento de alimentos fortificados, rótulos com alegações como “+proteína” e o surgimento de fontes alternativas — como microalgas — no debate público sobre nutrição sustentável.

Especialistas consultados identificaram os seguintes alimentos como fontes de proteínas completas, acessíveis e funcionais.

Iogurte

Colher de iogurte grego — Foto: Foto: Freepik
Colher de iogurte grego — Foto: Foto: Freepik

Por trás de um dos alimentos mais comuns e acessíveis em geladeiras e repertórios culinários do mundo, esconde-se uma história que combina tradição e ciência. É o iogurte, presente na dieta humana há mais de 4 mil anos, com origem acidental no Oriente Médio.

Povos nômades transportavam leite fresco em sacos, geralmente feitos de pele de cabra, e o calor e o contato do leite com a pele estimulavam a multiplicação de bactérias que gostam de acidez. Assim, o leite fermentava, alterando sua textura e sabor. Uma vez consumidos, os sacos eram reabastecidos com leite fresco, que, graças ao resíduo anterior, fermentava novamente.

Foi somente no século XIX que o cientista búlgaro Stamen Grigorov identificou as bactérias responsáveis ​​pela fermentação e, pouco depois, o biólogo russo Ilya Metchnikoff, ganhador do Prêmio Nobel, relacionou o consumo de iogurte à longevidade dos camponeses búlgaros, popularizando a ideia dos “probióticos”.

Com o tempo, seu valor nutricional, propriedades e versatilidade o consolidaram como um ingrediente essencial na cozinha e como parte de uma dieta balanceada. Também é rico em cálcio, gorduras saudáveis ​​e proteínas, além de vitaminas do complexo B e minerais como fósforo, potássio e magnésio, afirma a nutricionista Milagros Sympson (MN 12067) em entrevista ao jornal LA NACION.

As proteínas presentes no iogurte, de alto valor biológico e ricas em aminoácidos essenciais como a leucina, são fundamentais para a reparação e crescimento muscular, síntese de enzimas e manutenção dos tecidos, explica Sympson.

“100 gramas de iogurte natural integral fornecem aproximadamente quatro gramas de proteína”, observa ela. “Em dietas de baixa caloria, ajuda a aumentar a saciedade, o que pode promover o controle do peso”, acrescenta.

Microalgas

Em um cenário global onde o modelo alimentar tradicional dá sinais de esgotamento, as microalgas, organismos microscópicos capazes de realizar fotossíntese, passaram a ocupar um lugar na conversa sobre o futuro da alimentação sustentável, desafiando a lógica atual de produção e consumo.

Um dos seus maiores pontos fortes está na sua percentagem de proteínas completas, afirma Facundo Pereyra, especialista em gastroenterologia, que, no caso de certos tipos – como a Spirulina – é comparável às proteínas de origem animal.

Dependendo do tipo, até 70% do peso seco das microalgas é proteína de alta qualidade.

“Eles são completos e podem ser uma alternativa viável para quem tem uma alimentação baseada em vegetais”, diz Pereyra.

Por sua vez, o gastroenterologista acrescenta que as microalgas podem ser um ingrediente fundamental para adultos mais velhos, devido ao seu alto teor de ômega-3, fundamental para a saúde cognitiva e ocular, áreas que tendem a se deteriorar com a idade; pessoas com sintomas digestivos (pelo teor de polifenóis que funcionam como prebióticos) e atletas (pelo seu teor de ferro e proteínas, úteis para manter a massa muscular e a energia).

Ovos

Os benefícios de cozinhar ovos com vinagre — Foto: Reprodução
Os benefícios de cozinhar ovos com vinagre — Foto: Reprodução

Terceiro, os ovos, que muitos especialistas em nutrição consideram uma das fontes de proteína mais acessíveis e baratas disponíveis.

Além de serem significativamente mais baratos do que muitas carnes magras e peixes, eles são versáteis, portáteis (quando duros) e fáceis de fazer.

Um ovo tem seis gramas de proteína e 70 calorias, além de fornecer nutrientes como vitamina B12, riboflavina e vitamina D.

Deu em O Globo

Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista