Música 02/06/2025 11:22

Sensacional: como a música afeta o cérebro humano

Em dois estudos diferentes, pesquisadores descobriram mais sobre como nosso cérebro responde à música.

Uma das pesquisas revelou que os neurônios se sincronizam com os ritmos musicais, enquanto a outra mostrou como as músicas favoritas acionam um sinal químico de prazer.

Músicas favoritas ativam uma resposta de prazer

No primeiro estudo, pesquisadores da Finlândia investigaram o que acontece no cérebro quando as pessoas ouvem suas músicas favoritas.

Eles pediram que quinze voluntários ouvissem as músicas de sua escolha enquanto tinham seus cérebros escaneados por tomografia por emissão de pósitrons (PET). Com esse método, eles puderam observar como os opioides eram liberados em resposta ao som.

Como o próprio nome sugere, a via de sinalização dos opioides no cérebro é responsável por como essas substâncias atuam. Além de aliviar a dor, as substâncias também alteram o humor. Por isso são tão viciantes, mas eles não estão presentes apenas em drogas. Os opioides também ocorrem naturalmente no cérebro, e sinais internos do corpo podem estimular sua liberação.

De acordo com este novo estudo, é isso que parece acontecer quando ouvimos nossas músicas favoritas. Isso também pode, em parte, explicar por que sentimos aqueles arrepios de felicidade quando uma música realmente nos emociona.

“Esses resultados mostram, pela primeira vez, de forma direta, que ouvir música ativa o sistema de opioides do cérebro.

A liberação de opioides explica por que a música pode gerar sensações tão intensas de prazer, mesmo não sendo uma recompensa primária necessária para a sobrevivência ou reprodução, como a comida ou o prazer sexual”, disse Vesa Putkinen, responsável pelo estudo, à Universidade de Turku.

Como a via de sinalização dos opioides também está envolvida no alívio da dor, isso pode explicar por que algumas pessoas percebem que a música também ajuda a reduzir dores.

O cérebro acompanha o ritmo da música

No segundo estudo, outro grupo de pesquisadores analisou diversos artigos científicos já publicados sobre a neurociência da música. Eles perceberam que vários desses estudos sustentam a ideia de que o ritmo natural do cérebro está intimamente ligado à nossa experiência com canções.

A música tem um ritmo, mas nossos corpos também possuem um ritmo natural próprio. As ondas cerebrais, ou oscilações neurais, são padrões regulares criados pelos disparos dos neurônios ou de grupos de neurônios.

Alguns pesquisadores já suspeitavam há algum tempo que esses ritmos poderiam se sincronizar com o ritmo da música. Neste novo estudo, os pesquisadores reuniram evidências que reforçam essa hipótese.

“Essa teoria sugere que a música é poderosa não apenas porque a ouvimos, mas porque nossos cérebros e corpos se tornam parte dela”, disse a autora do estudo, Caroline Palmer, à Universidade McGill. “Isso tem grandes implicações para a terapia, a educação e a tecnologia.”

Juntos, esses dois estudos revelam que obras musicais afetam nosso cérebro de diferentes maneiras.

Se ouvir música tem um impacto tão forte nos sistemas de ritmo e recompensa do cérebro, isso pode fortalecer ainda mais o uso da musicoterapia.

Para algumas condições, como Parkinson e Alzheimer, já existem muitas evidências de que a musicoterapia funciona, mas esses novos estudos podem abrir caminho para ainda mais aplicações terapêuticas com música.

Deu em Forbes

Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista