Indústria 25/05/2025 16:38
Número de indústrias no RN avança e registra alta de 87,4% em 5 anos
Nos últimos anos, a indústria potiguar apresentou um crescimento expressivo, consolidando o papel do Rio Grande do Norte na cadeia produtiva industrial do país. Entre 2020 e 2024, o número de estabelecimentos industriais quase dobrou, saltando de 7.204 para 13.503, o que representou um aumento de 87,4%.
O período de maior crescimento ocorreu entre 2022 e 2023, com o surgimento de 1.967 novos empreendimentos, segundo dados do Atlas da Indústria Potiguar, compilado pelo Mais RN Observatório da Indústria, vinculado à Federação das Indústrias do RN (Fiern).
Até o ano passado, o setor empregava 108.421 trabalhadores formais. Em 2025, segundo dados da federação, já são 129.363 vínculos no segmento, um aumento de 19,3%.
De acordo com o levantamento, o crescimento industrial do Rio Grande do Norte tem sido impulsionado pela indústria da construção civil (que representa 7.859 estabelecimentos de um total de 13.503) e pela indústria de transformação (5 mil estabelecimentos), conforme dados consolidados até 2024 pelo Observatório da Indústria.
Sobre a indústria de transformação, o presidente da Fiern, Roberto Serquiz, explica que, além dos empregos diretos, o segmento atua fortemente na empregabilidade indireta ao longo da sua cadeia.
“A indústria de transformação hoje é o centro de atenção no mundo. Diante de todos esses conflitos que nós estamos vivendo a nível econômico, esse setor está no maior destaque. Os países estão todos buscando isso e o Rio Grande do Norte vem, também, avançando. Um exemplo fácil de compreender é a parte de confecção. Hoje temos 125 oficinas de costura, e a bonelaria está no mesmo ritmo”, afirma.
Especialmente no campo da construção civil, ele pontua que o Plano Diretor de Natal (PDN) favoreceu a chegada de novos investimentos, deixando clara a importância da legislação tanto para empresários locais quanto para os de fora da capital.
O presidente da Fiern também ressalta o papel da indústria de renováveis para impulsionar o segmento e o crescimento dos ativos naturais. Neste último caso, estão incluídas atividades como a cerâmica, a pesca, a fruticultura e o sal marinho.
Para além da Grande Natal, que conta com 8.530 estabelecimentos industriais, o setor vem se ramificando para outras regiões. Segundo dados do Atlas da Indústria Potiguar, referentes ao ano de 2024, a região Oeste é a segunda do RN em número de empreendimentos. Ao todo, são 2.166, sendo 947 da indústria de transformação e 996 da construção civil.
Em virtude do forte potencial da região, com maior protagonismo do segmento salineiro, Roberto Serquiz aponta que até o final do ano o Sistema Fiern deve inaugurar uma sede da instituição em Mossoró.
Atualmente, o município já conta com espaços vinculados à federação, como o Centro Tecnologia do Senai e o Sesi Escola de Referência. “O que nós estamos levando é a maior representatividade para que possamos estimular ainda mais a região”, ressalta.
Outro braço da indústria potiguar que vem se destacando é a região Seridó, que até o ano passado concentrava 1.527 estabelecimentos industriais distribuídos nas áreas de transformação e construção civil. Segundo o presidente da Fiern, a Federação está trabalhando para entregar, até o próximo ano, uma escola em Currais novos e uma clínica em Caicó.
“Todo o Estado hoje é atendido através das unidades móveis, tanto na área de segurança do trabalho quanto na área de qualificação de mão de obra, de acordo com a região. Então atendemos a confecção, a construção civil, a parte mecânica e as energias renováveis”, completa.
Olhando para o futuro da indústria do RN
Dentro da cadeia produtiva impulsionada pela Fiern, uma das principais preocupações tem sido impulsionar o campo das energias renováveis.
Um exemplo disso foi a efetivação do Laboratório de Hidrogênio e Combustíveis Avançados (H2CA), inaugurado em 2023 pelo Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER), pioneiro no Brasil. O espaço integra um Centro de Excelência em Formação Profissional para Hidrogênio Verde voltado à qualificação de profissionais para o setor.
Atualmente, o espaço produz a nível laboratorial, mas a expectativa é que dentro de um ano seja iniciada a operação da planta-piloto de hidrogênio renovável no Estado. O projeto vai ser instalado na Usina Termelétrica do Vale do Açu, em Alto do Rodrigues, e é fruto de uma parceria entre a Petrobras com o Senai/RN.
“Ali a gente começa a ter uma amostragem da escala. Existe um acompanhamento nosso, porque estamos olhando muito para o offshore, pois o hidrogênio depende muito dessa produção e desse volume. Estive recentemente numa missão empresarial e vimos que o mundo olha para o Brasil”, explica Roberto Serquiz.
Embora o RN tenha protagonismo na matriz energética de energias renováveis e venha impulsionando o setor, a criação de um ambiente mais favorável para a indústria ainda é uma preocupação. Segundo o presidente da Fiern, atualmente está em discussão a revisão da Lei Complementar (LC) 272 – que trata da Política Estadual do Meio Ambiente – e o projeto da Política Industrial do Estado.
“Uma vez que possamos realizar uma legislação objetiva que traga previsibilidade para o investidor, além de dar agilidade ao licenciamento, vamos conseguir atrair mais indústria para o Rio Grande do Norte e manter as nossas cada vez mais fortalecidas”, declara Serquiz.
Ainda sobre esse projeto, a FIERN defende que haja uma maior autonomia para a atuação do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema/RN). “O IDEMA não tem condição de dar um parecer, pois depende da Procuradoria do Estado para validar. Isso são barreiras que se colocam no meio de um licenciamento”, avalia.
Qualificação profissional eleva renda
Além dos desafios quanto à legislação, o Sistema Fiern se preocupa em capacitar cada vez mais pessoas para o emprego industrial.
O diretor regional do Senai RN, Rodrigo Mello, destaca que durante todo o ano o Instituto abre turmas voltadas tanto à qualificação dos profissionais que atuam em diferentes campos da indústria quanto para quem almeja ocupar um espaço no setor.
“Neste ano, estamos fechando contratos, desenvolvendo programas com os sindicatos – abrangendo todo setor – e já está em curso um programa [Trilhando Com Fios] com a indústria do vestuário, onde estamos qualificando mais de 600 costureiras em Natal.
Na região do Seridó, há um programa tanto de qualificação de diversas ocupações profissionais voltadas ao Pró-Sertão, quanto para consultoria para melhoria de processos nas empresas envolvidas”, destaca Rodrigo.
Além dos resultados diretos no aprendizado, a qualificação profissional apresenta reflexos mensuráveis na remuneração dos profissionais da indústria. Conforme apontam dados do Atlas da Indústria Potiguar, o salário médio de um profissional da indústria corresponde a R$ 2.629,89, representando cerca de 73% a mais que o salário mínimo no país, de R$ 1.518.
“A boa qualificação e o desenvolvimento profissional são fundamentais para garantir uma boa vida profissional, incluindo uma remuneração adequada para o seu desenvolvimento pessoal”, ressalta Mello.
Até o final do ano, o diretor regional do Senai/RN aponta que a expectativa é que sejam abertas 26.500 matrículas. Desse total, até o mês de abril, já foram efetivadas mais de 10 mil.
Para a Federação em geral, Roberto Serquiz estima que mais 148 empresas cheguem à entidade neste ano. “São sinais de que estamos fazendo algo que estimula não só as empresas locais para que possam ser fortalecidas, mas que com certeza, mudando toda essa engrenagem que eu citei aqui, vamos conseguir mais investimento e negócios para o Rio Grande do Norte”, sublinha.
Semana da Indústria
O Sistema FIERN realiza até 30 de maio, a Semana da Indústria 2025, com uma programação que combina ações de saúde, cultura, empreendedorismo e debates estratégicos sobre o futuro do setor produtivo.
Nesta segunda-feira (26) será promovida a palestra “Oportunidades para o setor industrial na guerra tarifária global”, ministrada por Paulo Vicente dos Santos Alves, doutor em Administração de Empresas e professor da Fundação Dom Cabral.
Segunda (26/05) – 9h
Reunião ampliada da Diretoria da FIERN
Palestra “Oportunidades para a Indústria na Guerra Tarifária Global”, por Paulo Vicente (Fundação Dom Cabral)
– Auditório Albano Franco – Casa da Indústria
Terça (27/05)
Dia D de Mercado
Promoções especiais de produtos para a indústria
– Unidades operacionais SESI, SENAI e IEL
Quarta (28/05)
19h – Posse novos associados da Fiern Jovem
– Buffet Neuma Leão
Quinta (29/05)
19h – Grande final do Festival do Industriário SESI Entoando Canções
– Teatro Riachuelo
Sexta (30/05)
9h30 – Reunião Conselho SENAI
10h30 – Reunião Conselho SESI
– Auditório do 7º andar – Casa da Indústria
16h – Lançamento Memorial da Indústria
– Solar Bela Vista – Av. Câmara Cascudo, 417
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