Nordeste 24/05/2025 09:29
Brasil tem 14,4 milhões de pessoas com deficiência; Nordeste tem percentuais acima da média nacional
O Brasil tem 14,4 milhões de pessoas com deficiência, segundo dados do Censo 2022, divulgados nesta sexta-feira, 23, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A região Nordeste se destacou, apresentando os maiores percentuais na maioria dos índices analisados pelo levantamento.
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Todos os nove Estados do Nordeste apresentaram percentuais de pessoas com deficiência superiores à média nacional, que foi de 7,3% da população em 2022.
Alagoas tem a maior proporção de pessoas com deficiência no País, atingindo 9,6% da população;
Piauí registrou que 9,3% de sua população se consideram pessoa com deficiência;
Ceará e Pernambuco, ambos com 8,9%, também figuram entre os Estados com os maiores percentuais.
O IBGE reconheceu como deficiência dificuldades em enxergar, ouvir, andar, pegar objetos ou limitação nas funções mentais.
Vale ressaltar que o instituto só considera como pessoa com deficiência aquele que continua tendo a limitação mesmo usando alguma ferramenta de auxílio, a exemplo de óculos ou aparelho auditivo. Somente aqueles que responderam que “não consegue de modo algum” ou que têm “muita dificuldade” foram consideradas pessoas com deficiência.
O instituto também frisa que não é possível comparar os dados do Censo 2022 com o Censo anterior, realizado em 2010. Isso porque foram feitas mudanças na metodologia da pesquisa.
Com relação à prevalência percentual de pessoas com deficiência no Nordeste, o Censo, por si só, não é capaz de oferecer respostas para essa diferença. Mas já existem estudos anteriores que relacionam o grande número de pessoas com deficiência na região à renda das famílias.
“Má nutrição, padrões de vida, acesso precário aos serviços de saúde e atendimento à gestante estão entre os fatores que contribuem para isso. O baixo peso ao nascer, vacinação, altas taxas de analfabetismo, vulnerabilidade dos empregos também elevam as taxas de deficiência”, afirma o artigo ‘As causas da deficiência física em municípios do nordeste brasileiro e estimativa de custos de serviços especializados’, feito por estudantes da Universidade Estadual da Paraíba e da Universidade de Fortaleza.
A relação entre pobreza e o alto índice de pessoas com deficiência em uma determinada população seria um “círculo vicioso”, defendem os autores do texto, tornando “as pessoas com deficiência os mais pobres entre os pobres”.
Proporções no Brasil
Fora do Nordeste, o Rio de Janeiro apresentou a maior proporção de pessoas com deficiência, com 7,4% de sua população. Por outro lado, as menores proporções de pessoas com deficiência foram observadas em Roraima (5,6%), Mato Grosso (5,7%) e Santa Catarina (6,0%).
No Brasil, existem mais mulheres com deficiência do que homens, tanto percentualmente como em números absolutos. Ao todo, são 8,3 milhões de mulheres com deficiência, contra 6,1 milhões de homens com deficiência. O percentual foi maior em todas as regiões, com destaque para o Sudeste, em que as mulheres são 58,3% das pessoas com deficiência.
O IBGE também destaca que, à medida em que a população analisada fica mais velha, aumenta o percentual de pessoas com deficiência. Enquanto apenas 2,2% da população de 2 a 14 anos tem algum tipo de deficiência, na faixa dos 15 aos 59 anos esse percentual sobe para 5,4% e chega a 27,5% entre as pessoas com 70 anos ou mais.
Quais são as maiores deficiências no Brasil?
A dificuldade de enxergar é a principal deficiência registrada no Brasil em 2022. Entre as 14,4 milhões de pessoas com deficiência no país, 7,9 milhões alegaram dificuldade de enxergar mesmo com o auxílio de óculos ou lentes de contato.
Em seguida, vem a dificuldade para andar ou subir degraus, que acometia 5,2 milhões de pessoas; para pegar pequenos objetos ou abrir e fechar tampas (2,7 milhões) e para ouvir (2,6 milhões).
Deu em Portal Terra
Descrição Jornalista
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24/05/2025 14:13