Amazônia 20/05/2025 09:35

Efeito Lula? Degradação da Amazônia dispara 163% desde 2022

O mais recente levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostra uma contradição acentuada na administração ambiental brasileira.

Mesmo com o  celebrando a diminuição dos índices de desflorestamento, a degradação da floresta amazônica subiu 44% em apenas um ano, e 163% desde 2022, último ano da gestão Bolsonaro.

Apenas em 2024, houve uma degradação de 25 mil quilômetros quadrados de floresta, uma extensão maior que o estado de Sergipe. Dessa quantidade, 66% foi afetada por incêndios florestais, exacerbados por uma seca histórica e a ausência de uma resposta eficaz do governo.

O Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica por Satélite, que é operado pelo Inpe, divulgou os dados. Segundo o pesquisador Guilherme Mataveli, a degradação é mais desafiadora para detectar, já que a vegetação continua em pé, mas com ecossistemas seriamente afetados.

“É decorrente principalmente do fogo, que nos últimos dois anos foi agravado pela seca. Há também corte seletivo e efeito de borda. Tudo isso diminui os serviços ecossistêmicos prestados por essas florestas”, afirmou.

Ao mesmo tempo, a taxa de desmatamento diminuiu. Em 2024, a extensão de terra desmatada foi de 5.800 km², representando uma queda de 27,5% em comparação a 2023 e de 54,2% em relação a 2022 – o índice mais baixo dos últimos dez anos. Entretanto, a redução no desmatamento não é suficiente para compensar o aumento acelerado da degradação.

O relatório do Inpe revela uma informação preocupante: apenas em 2024, a Amazônia teve mais de 140 mil pontos de calor, a maior quantidade desde 2007. A situação ambiental se agravou devido à combinação de seca severa, atraso no começo da estação chuvosa e temperaturas até 3°C acima da média. O déficit de chuvas chegou a 100 mm por mês.

Para o pesquisador Luiz Aragão, que também assina o estudo, a capacidade atual dos satélites já permite identificar a degradação de forma clara.

“Detectamos emissões, impactos no clima e nos ecossistemas. A liderança do Brasil no combate à crise climática depende de respostas eficazes à degradação”, disse. Ele defende que os danos causados por esse processo devem ser incluídos obrigatoriamente nos Inventários Nacionais de Emissões de Gases de Efeito Estufa.

Deu em ContraFatos

Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista