Lixo 18/05/2025 16:39
Sem dono e sem leis: ilha de lixo do tamanho da França no coração do Pacífico Norte causa preocupações ambientais e pede medidas
Entre a Califórnia e o Havaí, no coração do Oceano Pacífico Norte, existe uma massa imensa de lixo que não pode ser vista do espaço, nem se parece com uma ilha comum. No entanto, ela é conhecida como a “Grande Porção de Lixo do Pacífico” e ocupa uma área estimada em mais de 160 mil km², maior do que o território da França.
Esse aglomerado de lixo não pertence a nenhum país, não tem moradores e não possui leis que o regulem. É um reflexo visível da crise ambiental global causada pelo descarte indevido de resíduos plásticos.
Apesar do nome, essa “ilha” não tem solo, nem estrutura fixa. É uma grande sopa formada por detritos, em sua maioria plástico, flutuando e sendo mantidos juntos por correntes marítimas.
A formação desse enorme acúmulo de lixo está ligada ao despejo constante de resíduos plásticos tanto no mar quanto a partir do continente. Estima-se que cerca de 1,3 milhão de toneladas de plástico são lançadas nos oceanos todos os anos.
O plástico, diferente de materiais biodegradáveis, não se desfaz naturalmente e pode permanecer no ambiente por décadas. Parte dos resíduos presentes hoje na mancha vêm dos anos 1980.
Entre os materiais encontrados estão microplásticos, redes de pesca abandonadas, cordas, embalagens e outros objetos descartados.
A maior parte desses resíduos se origina de atividades humanas comuns, como pesca industrial, transporte marítimo e lixo doméstico que chega ao mar por meio de rios ou diretamente pelas costas.
Cerca de 94% de todo o material acumulado são microplásticos. Essas pequenas partículas, quase invisíveis, entram na cadeia alimentar dos oceanos e podem causar graves problemas de saúde para diversas espécies marinhas.
Além disso, há redes fantasmas, que são equipamentos de pesca abandonados ou perdidos, que continuam a capturar animais de forma acidental.
Tartarugas, baleias, pinguins, tubarões e muitos outros seres vivos acabam ingerindo o plástico ou ficando presos nele. Isso pode levar à morte por sufocamento, desnutrição ou ferimentos graves. O material também transporta toxinas e até espécies invasoras, o que altera os ecossistemas naturais dos oceanos.
Apesar dos riscos, pesquisadores identificaram mais de 46 espécies de invertebrados vivendo nessa mancha de lixo.
Essas formas de vida estão se adaptando e colonizando esse ambiente artificial. No entanto, isso não é sinal de equilíbrio, mas sim uma consequência de alterações causadas pela ação humana.
A presença de organismos nesse ambiente plástico revela o quanto os oceanos estão sendo transformados. É um tipo de ecossistema distorcido, resultado direto da poluição contínua e da falta de controle sobre os resíduos.
Por estar em águas internacionais, essa porção do oceano não está sob a responsabilidade de nenhum país. Isso dificulta qualquer tentativa de regulamentação ou limpeza.
Não existem leis específicas que tratem diretamente do problema, e a falta de governança sobre essa área agrava ainda mais a situação.
A ausência de ações coordenadas entre os países impede soluções efetivas. Enquanto isso, a mancha continua crescendo, silenciosa e pouco visível para quem vive longe do mar.
Organizações ambientais e cientistas acompanham a situação por meio de expedições e imagens de satélite. Entidades como a Oceana alertam sobre a urgência de se adotar políticas de redução do uso de plástico e de melhorar o gerenciamento de resíduos.
Descrição Jornalista
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