Quem recebeu a pele impressa em 3D foi uma mulher chamada Rebecca Jane Torbruegge, que teve sua perna queimada em um acidente de kart. Torbruegge tem lembranças vívidas do ocorrido.
“Quando minha pele começou a borbulhar, percebi que algo estava errado e entrei em contato com a Unidade de Queimados do Concord”, relata, em comunicado.
No hospital, a paciente conheceu a líder do Grupo de Pesquisa em Queimaduras e Cirurgia Reconstrutiva, Jo Maitz, que a informou sobre o primeiro ensaio clínico no mundo para imprimir pele em 3D. A mulher refletiu um pouco se participaria do procedimento inovador e logo topou. “É, por que não?'”, concluiu Torbruegge.\
A impressão em 3D
Durante o ensaio clínico, a impressão de pele foi usada para cobrir uma ferida gerada durante uma cirurgia para criação de enxerto. O processo utiliza técnicas desenvolvidas pela empresa Inventia Life Science, criadora do robô cirúrgico Ligo, que imprime biomateriais diretamente na ferida com precisão.
Em conjunto com o Laboratório de Pele da Unidade de Queimados do Hospital Concord, os pesquisadores conseguiram isolar células da pele de pacientes antes que a nova pele fosse gerada usando a nova impressora 3D robótica.
Pesquisas iniciais mostraram que a pele impressa em 3D estimula a cicatrização mais rápida de feridas e reduz significativamente a dor nos pacientes. “Fiquei tão surpresa que não senti dor – eu esperava um pouco – pelo menos no local onde fizeram o enxerto – mas ficou tudo bem”, relata Torbruegge. “Meu maior problema foi ficar parada por seis dias!”.
Jo Maitz com o Ministro da Saúde de NSW, Ryan Park, e o deputado de Strathfield, Jason Yat-Sen Li, durante visita à Unidade de Queimados de Concord — Foto: NSW Government
No início de maio, a paciente retornou à Unidade de Queimados para se reunir com a equipe clínica em um encontro especial com duas autoridades australianas: o Ministro da Saúde de Nova Gales do Sul, Ryan Park, o deputado de Strathfield, Jason Yat-Sen Li.
“Sabemos que pessoas com queimaduras graves enfrentam uma série de complicações médicas, incluindo cicatrização de feridas e formação de cicatrizes, então esta descoberta oferece uma nova abordagem promissora para acelerar a recuperação, reduzir a dor e melhorar os resultados a longo prazo para os pacientes”, destacou Park.
Em breve, a equipe do Hospital Concord pretende analisar os resultados do procedimento, adequando melhor a impressão de pele 3D diretamente no local de queimaduras, inclusive aplicando a metodologia em feridas ainda mais profundas.
A seguir, confira vídeo da impressão 3D de pele na paciente na Austrália: