Corrupção 08/05/2025 16:11
Estadão detona Lula por inação no escândalo do INSS: “atordoado e incapaz”
No editorial divulgado nesta quarta-feira, 7, o jornal O Estado de S. Paulo criticou a reação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à “Operação Sem Desconto”, que expôs uma trama de deduções inapropriadas nos benefícios dos aposentados do INSS.
Segundo o texto, “o governo ainda parece atordoado e incapaz de reagir à altura do escândalo”, especialmente por não ter demitido imediatamente o então ministro da Previdência, Carlos Lupi, cuja permanência no cargo era “insustentável desde o primeiro dia da crise”.
A escolha de Wolney Queiroz, aliado próximo de Lupi, para liderar o departamento também é criticada, considerando seu envolvimento em ações que possibilitaram o esquema. O editorial destaca que Queiroz, enquanto deputado, ajudou a criar uma emenda que “adiou a necessidade de revalidar anualmente os débitos em folha de pagamento”, o que permitiu a ocorrência de fraudes.
O texto afirma que não se trata apenas de responsabilidade individual: “Culpar apenas Lupi ou Queiroz pelo problema seria ingenuidade”. A aprovação das medidas pelo Congresso evidencia “a existência de um acordo entre os partidos” para facilitar a arrecadação de entidades à custa dos aposentados.
O editorial também ressalta que Lupi foi avisado sobre o crescimento das denúncias em junho de 2023, porém “manobrou para que o assunto não fosse debatido até abril do ano seguinte”. Queiroz, que estava presente nas reuniões, “foi, no mínimo, tão omisso quanto Lupi”.
A permanência dos envolvidos, segundo o texto, mostra que Lula “continua a reboque dos acontecimentos” e que o governo “traz a crise para dentro do Palácio do Planalto”. O editorial conclui que a única reação aceitável seria a demissão de toda a cúpula da Previdência no dia em que a operação foi deflagrada, 23 de abril.
Para o jornal, o governo “ainda deve muitas respostas aos aposentados e pensionistas”, e suspender os descontos ou prometer devolução não é suficiente.
“É preciso explicar quando e se o pagamento virá em uma ou mais parcelas, até mesmo para evitar que estelionatários tentem arrancar mais recursos de um público naturalmente exposto a golpes por meio de anúncios falsos nas redes sociais”, disse o Estadão.
Segundo o editorial, Lula age conforme interesses políticos, especialmente “com os companheiros sindicalistas e com a manutenção do apoio do PDT”, enquanto os aposentados prejudicados só recebem atenção “na exata medida de suas necessidades eleitorais, e nem uma gota de suor a mais”. As informações são da Revista Oeste.
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