Animais 02/05/2025 18:46

Pesquisa global traz boas notícias sobre a preservação de tartarugas marinhas

Uma ampla pesquisa conduzida pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN na sigla em inglês) mostra que a população global de tartarugas marinhas vem aumentando. O estudo reuniu 150 instituições voltadas à proteção desses animais, espalhadas por 50 países.

Os representantes do Brasil são o Projeto Tamar da Bahia e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia.

Foram analisados dados referentes a 48 grupos de tartarugas de seis espécies, e comparados a informações referentes ao ano de 2011. Hoje, 40% dos grupos populacionais observados são tidos como pouco ameaçados. No início da década passada, eram 23%.

“Esse trabalho demonstra o profundo impacto dos esforços locais de conservação ao redor do mundo e reflete a dedicação de inúmeros indivíduos e organizações que trabalharam em terra e na água para proteger esses habitantes do mar que são ancestrais e icônicos”, diz Bryan Wallace, principal autor do estudo, em um comunicado da IUCN.

Publicado pelo periódico Endangered Species Research e divulgado na newsletter da revista Nature, o estudo também traz informações preocupantes. Segundo a pesquisa, a captura acidental em redes de pesca é principal ameaça às tartarugas marinhas.

Outros fatores de risco são o desenvolvimento de áreas costeiras, a poluição dos oceanos (especialmente por plástico), as mudanças climáticas e a captura direta de tartarugas e seus ovos.

O levantamento aponta que as populações presentes no Oceano Atlântico estão correndo menos risco do que aquelas que vivem no Pacífico.

Além disso, chama a atenção para a alta vulnerabilidade da tartaruga-de-couro (ou tartaruga-gigante), espécie presente no Brasil e em outras partes do mundo. Portanto, apesar das boas notícias, ainda é necessário ampliar o cuidado com as tartarugas.

Tartaruga-de-couro resgatada na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro — Foto: Andréa Farias via Wikimedia Commons
Tartaruga-de-couro resgatada na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro — Foto: Andréa Farias via Wikimedia Commons

“No geral, essa é uma excelente notícia, pois décadas de conservação das tartarugas marinhas deram resultado. Mas, ao mesmo tempo, é um chamado à ação e um lembrete de que precisamos continuar o trabalho que temos feito e redobrar nossos esforços em prol das populações mais ameaçadas. Precisamos de mais financiamento, colaboração mais forte e maior capacidade de conservação, especialmente em áreas importantes para as tartarugas marinhas e que também enfrentam desafios socioeconômicos”, alerta Roderic Mast, copresidente do comitê voltado a tartarugas marinhas no IUCN e presidente da Oceanic Society.

Deu em Galileu

Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista