Após a partida no Estádio Nilton Santos, Jeffinho foi tema da entrevista coletiva de Renato Paiva.
O técnico fez diversos elogios ao atacante, destacando as características únicas do jogador e o classificando como “miúdo especial” – a palavra no português de Portugal significa “jovem” ou “garoto”.
– Jeffinho é aquele jogador fora da caixa. O jogo tem diferentes momentos, organização ofensiva, defensiva, transições, depois há um momento que muitas vezes ninguém fala, que é o sexto ou sétimo momento, que é o individual. Esse é um momento que ninguém trabalha e é um momento em que o jogador tem que ter liberdade para decidir e para desequilibrar em função das suas características. Se o jogador é muito rápido, é nós aproveitarmos essas características. Se o jogador é um driblador, é criarmos condições para que esse jogador receba uma bola e possa driblar num um contra um. O Jeffinho é um bocadinho isso, é um jogador fora da caixa nesse aspecto, tecnicamente é muito bom jogador, é um fantasista, é um driblador – definiu Paiva.
– O Jeffinho é um miúdo muito especial para nós, até pela sua história, e tem estas características que cada vez se veem menos no futebol. O futebol cada vez está mais automatizado no passe, no desmarque, na tabela, na combinação direta, e nós já começamos a chorar por aquele jogador que faz coisas diferentes, que de repente saca um coelho da cartola, como se costuma dizer, e faz uma grande jogada individual. Temos que fomentar e potenciar estes jogadores, mas dentro de um coletivo, senão o Jeffinho joga sozinho e os outros se deixam olhar para o Jeffinho, e não é também isso que nós queremos. Nós queremos que o coletivo potencie as qualidades do Jeffinho, mas muitas vezes seja o Jeffinho com suas irreverências e a sua fantasia a potenciar as qualidades do coletivo.
Na vitória sobre o Capital-DF, Paiva explicou alguns pontos que disse a Jeffinho que ele precisa melhorar.
– Às vezes ainda não consegue entender, como no caso de hoje eu lhe disse, quando dribla dois adversários, não tens que driblar o terceiro nem o quarto, tens que perceber que ficaram dois para trás e que já tens vantagens em outra zona do campo, mesmo que seja próxima, e tens que aproveitar essa vantagem. E é nessa questão da tomada de decisão que nós estamos trabalhando com o Jeffinho, sabendo o que ele nos pode dar dentro deste tipo de características – pontuou.