A defesa do ex-presidente Fernando Collor de Mello apresentou, neste sábado (26), um novo pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que ele possa cumprir sua pena em prisão domiciliar.
Os advogados argumentam que o político, de 75 anos, enfrenta problemas de saúde como Doença de Parkinson, Apneia do Sono Grave e Transtorno Afetivo Bipolar — condições que, segundo a defesa, exigem cuidados contínuos e acompanhamento médico especializado.
O pedido vem na esteira de uma contradição registrada durante a audiência de custódia, realizada na sexta-feira (25). Na ocasião, o próprio Collor afirmou não sofrer de nenhuma enfermidade e disse não fazer uso contínuo de medicamentos, o que contrariou o primeiro argumento apresentado por seus advogados ao STF.
Para tentar reverter a situação, a defesa anexou agora um relatório médico assinado por um especialista que acompanha Collor há anos.
O documento atesta que o ex-presidente faz uso diário de medicamentos e precisa de consultas regulares com especialistas, especialmente para controlar a evolução do Parkinson — descrita como uma doença progressiva e com risco de agravamento sem tratamento adequado.
“Ao contrário do que vem sendo noticiado na imprensa nas últimas horas, o peticionante comprova, a partir de relatório médico elaborado por expert que o acompanha há anos, que está acometido e em tratamento de comorbidades graves”, diz trecho do novo pedido.
A defesa alega ainda que, somada às comorbidades, a idade avançada de Collor justificaria a substituição da prisão em regime fechado por prisão domiciliar.
Condenação e prisão
Collor foi preso na madrugada de sexta-feira (25), em Maceió (AL), após o ministro Alexandre de Moraes, do STF, rejeitar mais um recurso da defesa.
A ordem de prisão foi expedida na quinta-feira (24), dando início ao cumprimento da pena de oito anos e dez meses de reclusão, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em um esquema relacionado à BR Distribuidora, atual Vibra Energia.