Crianças 27/04/2025 18:46
Colchões liberam substâncias químicas que podem prejudicar o cérebro de crianças
Duas pesquisas recentes realizadas pela Universidade de Toronto revelam que bebês e crianças pequenas podem estar respirando e absorvendo substâncias químicas nocivas, como ftalatos e retardantes de chama, de seus colchões enquanto dormem.
Esses compostos, que têm sido associados a problemas neurológicos, reprodutivos, asma, distúrbios hormonais e até câncer, podem representar sérios riscos ao desenvolvimento infantil.
A descoberta, publicada em 14 de abril nas revistas Environmental Science & Technology e Environmental Science & Technology Letters, levanta preocupações sobre a segurança dos produtos que acompanham as crianças desde os primeiros anos de vida, período crucial para o desenvolvimento do cérebro.
Os estudos mediram as concentrações de produtos químicos em 25 quartos de crianças de 6 meses a 4 anos, além de analisarem 16 colchões recém-adquiridos.
Os resultados revelaram níveis preocupantes de mais de 20 substâncias químicas diferentes, incluindo ftalatos, certos tipos de retardantes de fogo, especificamente os que contêm fósforo em sua composição, e filtros UV, com concentrações especialmente altas próximas às camas infantis.
Em testes adicionais, quando os pesquisadores recriaram as condições de calor e pressão que uma criança exerce sobre o colchão durante o sono, a liberação dessas substâncias aumentou significativamente.
Esses compostos foram encontrados em colchões fabricados no Canadá, Estados Unidos e México, foram identificados como as principais fontes de exposição química no ambiente onde as crianças dormem.
Esses produtos químicos, especialmente os ftalatos e retardantes de fogo, têm efeitos negativos comprovados sobre o desenvolvimento neurológico, como distúrbios de aprendizagem, redução do QI e problemas de memória.
As crianças, mais vulneráveis devido à sua taxa respiratória acelerada, pele mais permeável e comportamentos que incluem levar a mão à boca, correm risco adicional.
Além disso, os pesquisadores destacam que os níveis elevados de retardantes de fogo não são necessários para atender aos padrões de inflamabilidade nos Estados Unidos e no Canadá, o que torna ainda mais preocupante sua presença em colchões infantis.
Arlene Blum, coautora do estudo e diretora executiva do Green Science Policy Institute, alerta para a necessidade de mudanças urgentes.
“Os pais devem poder deitar seus filhos para dormir sabendo que eles estão seguros e confortáveis”, afirmou em comunicado. Ela ressalta que os retardantes de fogo, amplamente utilizados, não oferecem benefícios comprovados de segurança contra incêndios e, em vez disso, prejudicam a função cognitiva das crianças.
Os pesquisadores recomendam que os fabricantes de colchões adotem práticas mais rigorosas de teste de substâncias químicas, e que governos implementem regulamentações mais restritivas sobre o uso de ftalatos e retardantes de chama.
“Este é um alerta para fabricantes e formuladores de políticas, para que garantam que as camas das nossas crianças sejam seguras e contribuam para o desenvolvimento saudável do cérebro”, alerta Miriam Diamond, líder do estudo e professora da Universidade de Toronto.
No Canadá, onde o estudo foi conduzido, já existem restrições a certos plastificantes em brinquedos e objetos de uso oral. Entretanto, esses mesmos produtos químicos ainda não são regulamentados em colchões e itens de cama.
Se essas mudanças nas políticas públicas não acontecem, os pais podem tomar algumas medidas para minimizar a exposição. Os pesquisadores sugerem reduzir o número de travesseiros, cobertores e brinquedos no ambiente de sono, além de lavar e trocar a roupa de cama com frequência.
escolha de tecidos neutros, sem aditivos como filtros UV, também pode contribuir para um ambiente mais seguro.
Descrição Jornalista
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