Uma nova rota marítima direta entre Brasil e China começou a operar oficialmente nesta semana. O Canal Dourado conecta o Porto de Gaolan, em Zhuhai, ao Porto de Santana (AP) e ao Porto de Salvador (BA).
Ou seja, a ligação marca um avanço nas relações comerciais entre os dois países. Além disso, promove ganhos logísticos, fortalece a economia regional e amplia a presença brasileira no cenário internacional.
Fruto de acordos bilaterais, a rota estabelece uma conexão inédita com a Ásia.
Em resumo, essa iniciativa deve aumentar a competitividade dos produtos brasileiros, especialmente das regiões Norte e Nordeste.
Mais agilidade e menos custos
A nova linha direta vai reduzir o tempo de transporte de cargas e baratear o frete internacional. Com isso, exportadores e importadores ganham eficiência e previsibilidade.
O corredor marítimo atende zonas estratégicas de produção agrícola e mineral. Soja, minério de ferro, celulose e carne bovina poderão ser escoados com mais rapidez.
Além disso, a rota facilita a importação de insumos industriais e tecnológicos. Assim, impulsiona setores como energia renovável, logística e tecnologia da informação.
Logística mais verde e integrada
Para o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, a nova conexão fortalece a integração logística nacional. “Queremos transformar essa integração em desenvolvimento sustentável para o Norte e Nordeste”, afirmou. Segundo ele, a medida segue a agenda ambiental do governo federal 00e estimula ganhos sociais e econômicos.
O secretário Nacional de Portos, Alex Ávila, reforçou o impacto ambiental positivo. “Essa rota reduz emissões e fortalece a logística verde brasileira”, declarou.
Bahia se destaca no comércio com a China
Entre janeiro e março de 2025, a Bahia exportou cerca de US$ 1,2 bilhão para a China. No mesmo período, importou US$ 800 milhões em produtos chineses.
Portanto, agora a expectativa é que o volume de negócios cresça com a nova ligação. O estado pode atrair mais investimentos e gerar empregos em diversas cadeias produtivas.
Para Antonio Gobbo, presidente da Autoridade Portuária da Bahia (Codeba), a nova rota é estratégica. “Vamos economizar tempo, reduzir frete e complementar a atual rota Bahia-Ásia”, afirmou.
Hoje, a rota regular opera com navios de 366 metros. Segundo Gobbo, o novo serviço segue diretrizes do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) para modernizar a logística brasileira.
Portos preparados para grandes operações
O Porto de Salvador tem capacidade para receber navios de até 150 mil toneladas. Ou seja, as operações de carga e descarga seguem padrões internacionais de eficiência.
Ao mesmo tempo, na China, o Porto de Gaolan é o único terminal de águas profundas da região. A estrutura movimenta cerca de 160 milhões de toneladas por ano.
Outro terminal beneficiado pela expansão é o Porto do Pecém (CE). Ou seja, o local passou a integrar o Serviço Santana, operado pela MSC e APM Terminals.
Com a inclusão, o tempo de viagem entre China e Ceará caiu para 30 dias. A expectativa é de um aumento de até 10% na movimentação portuária. Produtos como frutas, castanhas, granito e máquinas industriais lideram as exportações pelo terminal cearense.