Indústria 16/04/2025 20:39

Brasil amarga o último lugar no ranking de competitividade industrial da CNI e acende alerta sobre futuro da indústria

Brasil aparece em último lugar entre 18 países no Ranking de Competitividade Brasil 2023-2024, divulgado nesta terça-feira (16) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O levantamento compara o desempenho da indústria brasileira em oito fatores cruciais de competitividade no cenário internacional, revelando uma situação preocupante.

Os Países Baixos lideram a lista, seguidos por Estados UnidosCoreia do SulAlemanha e Reino Unido. O Brasil, no entanto, ocupa a 18ª posição, ficando atrás de economias como ArgentinaPeruColômbia e Chile.

Ambiente Econômico, Educação e Desenvolvimento Humano puxam Brasil para o fundo

Os três piores desempenhos brasileiros foram registrados nos fatores Ambiente EconômicoDesenvolvimento Humano e Trabalho e Educação — exatamente onde estão os pilares de sustentação da produtividade de longo prazo.

No Ambiente Econômico, o país sofre com juros altosspread bancário elevadobaixa taxa de investimento e alta carga tributária. Já em Educação, o Brasil amarga a última posição em formação técnica e em formação de profissionais em áreas STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática).

No quesito Desenvolvimento Humano e Trabalho, o destaque negativo vai para os índices de desigualdade de renda, gênero e territorial, além de um mercado de trabalho engessado por regulamentações ultrapassadas.

Apesar do panorama geral ser crítico, alguns pontos positivos se destacam. O Brasil ficou em 9º lugar em investimentos em pesquisa e desenvolvimento e em 2º lugar na descarbonização da indústria, graças à intensa utilização de fontes renováveis de energia.

Entretanto, essas vitórias pontuais não foram suficientes para evitar que o país figurasse nas últimas colocações em quase todos os outros macroindicadores, como infraestruturacomércio exteriorambiente de negócios e produtividade industrial.

Infraestrutura precária é gargalo histórico da competitividade

A infraestrutura brasileira continua a ser um dos maiores entraves à competitividade industrial. Segundo a CNI, o Brasil ficou em 15º lugar nesse fator, sofrendo com rodovias mal conservadasportos pouco eficientesmalha ferroviária insuficiente e baixa penetração da infraestrutura digital.

Esses gargalos logísticos, além de encarecerem os custos da produção e exportação, afastam investimentos e dificultam a integração da indústria nacional ao comércio internacional.

CNI defende ação urgente para frear deterioração da competitividade nacional

O presidente da CNIRicardo Alban, destacou que os problemas do Custo Brasil, somados à baixa qualidade educacional e aos gargalos macroeconômicos, precisam ser enfrentados com políticas públicas de longo prazo. Para ele, investimentos em infraestrutura, inovação, transporte e educação são cruciais para mudar o rumo da indústria brasileira.

Já o superintendente de Política Industrial da CNI, Fabrício Silveira, afirmou que o novo formato do ranking permite monitorar com mais precisão o desempenho do Brasil frente a seus concorrentes diretos e serve como instrumento para traçar estratégias de desenvolvimento industrial e reindustrialização do país.

Deu em CPG

Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista