internacional 01/04/2025 08:10

O que é o ‘Dia da Libertação’ prometido por Trump que pode mudar a economia global

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que esta quarta-feira (2) será o “Dia da Libertação”, uma data marcada pelo início de uma nova rodada de taxações sobre produtos importados.

A medida prevê tarifas de 25% sobre uma ampla gama de mercadorias estrangeiras, incluindo aço, alumínio, automóveis e petróleo, como parte da estratégia de Trump para fortalecer a indústria americana e reduzir o déficit comercial do país.

Embora os detalhes exatos das tarifas ainda sejam imprecisos, o plano de taxação tem sido um dos pilares da política econômica do republicano, que defende a necessidade de proteger os Estados Unidos contra o que considera práticas comerciais desleais de outras nações.

A decisão, no entanto, gera preocupações sobre uma escalada na guerra comercial global e possíveis aumentos nos preços para os consumidores americanos.

A lógica por trás do “Dia da Libertação”

Trump sustenta que os Estados Unidos foram prejudicados por anos de importações em larga escala e déficits comerciais, argumentando que a nova política ajudará a reverter esse cenário.

“Este é o início do Dia da Libertação nos Estados Unidos”, afirmou o presidente. “Vamos cobrar dos países que estão fazendo negócios em nosso país e tirando nossos empregos, nossa riqueza e muitas outras coisas ao longo dos anos.”

A medida também se insere no discurso nacionalista de Trump, alinhado ao slogan “Make America Great Again” (Faça a América grande de novo), ao buscar incentivar o consumo de produtos fabricados no país.

Durante uma entrevista à NBC News, ele afirmou que não se incomodaria se os preços dos veículos aumentassem, por exemplo, pois isso tornaria os automóveis produzidos nos EUA mais competitivos.

“Espero que eles aumentem seus preços, porque se isso acontecer, as pessoas comprarão carros fabricados nos EUA”, disse.

Quais países serão afetados?

Ao contrário de algumas análises iniciais que sugeriam que as tarifas poderiam se concentrar em um grupo de 10 a 15 países, Trump esclareceu que a medida será abrangente e afetará “essencialmente todos os países dos quais estamos falando”.

Na prática, isso inclui parceiros comerciais dos EUA como China, União Europeia, Coreia do Sul, Brasil, Índia, Canadá e México.

A China, que já enfrenta tarifas adicionais de 20% devido à suposta produção de fentanil, está entre os principais alvos. Além disso, Trump propôs uma tarifa de 25% sobre qualquer país que importar petróleo da Venezuela, apesar de os próprios EUA também comprarem o recurso venezuelano.

Canadá e México, por sua vez, também serão afetados por taxas sobre aço e alumínio, justificadas por Trump como parte dos esforços para combater o contrabando de drogas e a imigração ilegal.

Riscos de retaliação

Economistas alertam que as tarifas podem ter um impacto significativo sobre os consumidores americanos, que devem absorver os custos na forma de preços mais altos e salários menores.

Além disso, diversos países já prometeram retaliar as medidas, com a possibilidade de uma escalada na guerra comercial global. União Europeia, Canadá e China anunciaram que responderão com tarifas sobre produtos americanos, o que pode desencadear um ciclo de sanções.

Dentro do governo dos EUA, as justificativas para as tarifas variam. Alguns assessores defendem que a taxação é uma ferramenta de negociação para acordos comerciais e segurança nas fronteiras.

Outros argumentam que a arrecadação com os impostos ajudará a reduzir o déficit orçamentário federal. O secretário de Comércio, Howard Lutnick, afirmou que as tarifas forçarão outras nações a demonstrar “respeito” por Trump.

Trump pode negociar mudanças?

Apesar do tom agressivo, Trump também sugere que pode ser flexível em relação às tarifas, dependendo da postura de outros países. “Certamente estou aberto a isso, se pudermos fazer algo”, disse o presidente, sinalizando a possibilidade de negociações futuras.

Ele já indicou que, em alguns casos, pode impor tarifas menores do que as cobradas por outros países sobre produtos americanos.

O presidente dos EUA já voltou atrás na imposição de tarifas contra Canadá e México. No início de março, a suspensão das tarifas de 25% sobre os países vizinhos foi estendida até o dia 2 de abril.

Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp

Deu em R7
Ricardo Rosado de Holanda


Descrição Jornalista